O centenário do escritor, filósofo e educador pernambucano, Paulo Freire (1921-1997), no dia 19 de setembro, é data para ser mais do que comemorada. Múltiplas homenagens celebram a vida e a obra deste autor, pesquisador e professor, considerado um dos mais importantes educadores do mundo, cujos métodos influenciaram a educação em diversos países. Uma delas, no entanto, chama a atenção em São Paulo, capital: a “Ocupação Paulo Freire”, no Itaú Cultural, na Avenida Paulista.
A ocupação reúne manuscritos, objetos de Freire, além de fotos, livros organizados em quatro grandes temas: “Formação”, “Angicos” (em referência à cidade no Rio Grande do Norte em que o educador implementou um projeto de alfabetização de 350 trabalhadores), “Retorno” e “Exílio”.

A exposição será composta por 140 peças e aberta com animações de páginas manuscritas do livro mais conhecido de Paulo Freire ‘Pedagogia do Oprimido’. Também será disponibilizado um mapa interativo conhecido como ‘Paulo Freire no mundo’, como um guia para o visitante sobre a linha do tempo seguida pelo educador. Nesta parte da Ocupação, o visitante irá escolher escolher os lugares do mundo alcançados pelo trabalho de Freire.
Os visitantes que estiverem interessados poderão se aprofundar e conhecer mais da trajetória de Paulo Freire ao longo da infância, durante a fase adulta e em seu envelhecimento até seu falecimento em 1997, sendo compartilhadas sua experiência em Angicos e a aplicação de seu método de alfabetização.
O idealizador do projeto “Cinema com Teoria”, jornalista, Mestre em Comunicação e Doutor em Ciências Sociais Alisson Gutemberg explica a importância de celebrar uma figura tão importante na área da educação com o advento do analfabetismo no Brasil, levando em questão a pandemia da Covid-19.
“Comemorar o centenário de Paulo Freire e relembrar seu legado é fundamental. Este evento chega em uma época de obscurantismo grande, especialmente, no cenário da pandemia atual. Freire foi um revolucionário, um libertário, a pessoa que desenvolveu um método de pedagogia cuja vivência do indivíduo vem para dentro da sala de aula. Ele era uma figura preocupada em erradicar o alfabetismo e, hoje, podemos compará-lo com o alto índice de analfabetismo e de desigualdade social que ainda existem no país”, enfatiza Alisson.
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A professora de pedagogia da Universidade Veiga de Almeida, Luciana Soares Chagas comenta sobre a importância de Paulo Freire para a educação e para a filosofia, apontando que o educador dialogava com a proposta de que o estudante deveria buscar sempre o conhecimento.
“A importância do educador Paulo Freire em todas as áreas do saber e do fazer é inquestionável, pois ele defendia como objetivo da escola, ensinar o “menino” (como ele se referia ao estudante) a “ler o mundo” para poder transformá-lo. Ser autônomo, desenvolver a criticidade. Para ele, o maior legado da educação deve ser conscientizar o aluno da realidade pedagógica política em que vive e atuar em favor de sua própria libertação. Ele propunha sair, assim, de uma educação engessada, ou “bancária” como ele dizia, para promover a inquietação no saber”, destaca Luciana Soares.

Paulo Freire vive
A professora Luciana Soares Chagas especifica ainda a ideia de que Paulo Freire enalteceu a cultura brasileira na intenção de promover um ensino mais eficiente aos estudantes.
“Ele representa a liberdade do pensar e falar, aquele que quer se alfabetizar e a valorização da cultura do aluno para que ele tenha garantido de forma democrática a possibilidade de se expressar, de pensar e inovar, de crescer”, acrescenta a professora.
Para mais informações sobre a “Ocupação Paulo Freire”, acesse a página oficial do Itaú Cultural.
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Luiz Guilherme Reis – 2° período
Com revisão de Bárbara Souza – 8° período
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