Na última terça-feira (8) a Agência UVA realizou uma live no Instagram sobre o impacto da insegurança alimentar, potencializado pela pandemia, na saúde dos brasileiros, que contou com a Nutricionista e Mestre em Nutrição e Saúde Pública, Cristiana Maymone, para auxiliar no debate sobre o tema.
Mediada pelos alunos Bárbara Souza e Mateus Marinho, o debate abordou variados assuntos relacionados a influência da pandemia nos hábitos alimentares, e as alternativas para uma alimentação mais saudável. Destacou-se também a crise econômica que o país enfrenta, assim como a volta do Brasil no mapa da fome.

Para a mestre em Nutrição e Saúde Pública, o que vem se observando no atual cenário político brasileiro, é o total despreparo para lidar com a questão alimentar da população durante a pandemia. Sendo o direito à se alimentar um direito fundamental e constitucionalmente assegurado, ainda assim não é garantido pelo Estado, que coloca a população em uma situação abaixo da sua dignidade.
“Está faltando comida, e comida é uma das últimas coisas que temos de deixar faltar. Está faltando dignidade”, lamenta Cristiana.
A nutricionista também fez questão de estabelecer a diferença entre fome e insegurança alimentar, para dimensionar o problema que o país enfrenta. “Fome é quando a pessoa tem seus sinais físicos de fome, porque não come faz um tempo. Insegurança alimentar é não saber quando vai ter a possibilidade de se alimenta,. além da falta de alimentos com qualidade”, explica Cristiana.
Durante a pandemia, o Brasil voltou a ter no lugar no mapa mundial da fome. Questionada sobre as consequências desse retorno, e os efeitos do mesmo, Cristiana explicou que a insegurança alimentar ocorre tanto pela falta de alimento, quanto pelo consumo de alimentos indevidos.
“O cenário atual é de insegurança alimentar, e isso pode ser dar tanto por falta de alimentos, podendo desenvolver doenças como desnutrição e anemia, como pela substituição dos produtos orgânicos pelos produtos ultra processados (ricos em aditivos químicos e corantes), responsáveis por desenvolver doenças crônicas não transmissíveis como diabetes e câncer”, elucida Cristiana

Diante do atual cenário, algumas mudanças emergenciais precisam ser feitas, que pode começar desde a iniciativa de dar mais apoio aos produtores de alimentos, até em aumentar o número de beneficiários do programa de auxilio emergencial concedido pelo Governo Federal, segundo cita Cristiana.
“Para resolvermos as questões emergenciais, deveríamos adotar medidas como: um auxílio emergencial mais amplo, maior articulação entre agricultores e periferia, ampliação de feiras e mercados livres, e mais programas de iniciativa humanitária”, enumera a nutricionista.
Ao fim da live, a mediadora Bárbara Souza agradeceu em nome da Agência UVA, e ainda fez um convite para uma matéria sobre insegurança alimentar. Ao receber o convite, Cristiana Maymone se colocou à disposição e agradeceu o contato. Para assistir a live, basta acessar o perfil da Agência UVA no Instagram.
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Gabriel Figueiredo – 1º Período
Sob Supervisão de Bárbara Souza – 7º Período

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