Um dos humoristas mais populares e querido no país, conhecido pela criação da personagem Dona Hermínia, morreu nesta terça-feira (4), às 21:12 da noite, aos 42 anos, vítima de complicações da Covid-19. O ator já vinha lutando pela vida desde sua internação no dia 13 de março no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Ele estava apresentando melhoras significativas, chegando a ter redução de sedativos e bloqueadores e tinha até acordado e interagido com os médicos e o marido Thales Bretas. Logo depois, o quadro de saúde de Paulo piorou, na noite de domingo (2), desencadeando uma embolia pulmonar, quando os vasos sanguíneos são obstruídos por bolhas de ar, que atingiu o sistema nervoso.
O boletim emitido na segunda (3), indicava que a situação clínica era “instável e de extrema gravidade”, e nesta terça um novo boletim informou que o quadro do ator era irreversível, mas mantinha os sinais vitais, contudo, mais tarde foi constatada a morte do ator.
“Às 21h12 desta terça-feira, 04/05, lamentavelmente o paciente Paulo Gustavo Monteiro faleceu, vítima da Covid-19 e suas complicações. Em todos os momentos de sua internação, tanto o paciente quanto os seus familiares e amigos próximos tiveram condutas irretocáveis, transmitindo confiança na equipe médica e nos demais profissionais que participaram de seu tratamento”, diz nota de boletim médico.
A assessoria do artista ainda não deu detalhes sobre enterro e velório, mas a direção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro ofereceu o espaço para a cerimônia, no entanto, não há confirmações oficiais sobre o local e horário.
Histórico do estado de saúde
Após oito dias de internação para tratamento da Covid-19, o ator precisou ser entubado no dia 21 de março. No entanto, continuou a apresentar uma piora no quadro respiratório, então no dia 2 de abril a equipe médica decidiu submetê-lo à terapia por ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) na UTI, técnica que utiliza um pulmão artificial para auxiliar na oxigenação do sangue.
Nos dias seguintes, Paulo passou por alguns procedimentos por via endoscópica para correção de fístulas bronco-pleurais, uma complicação entre os brônquios e pleura, a membrana dos pulmões que permite o vazamento de ar. No dia 11 de abril, ainda em estado crítico, o ator teve uma nova fístula detectada, somada a complicações hemorrágicas, levando-o a ser submetido a várias intervenções e procedimentos cirúrgicos naquela semana.
No dia 26 de abril, uma nova pneumonia bacteriana havia sido identificada, ainda assim os médicos se mantinham confiantes com a possível melhora da função pulmonar. Porém, mais tarde, o humorista teve uma inesperada embolia da qual não resistiu.
“A equipe profissional que participou de seu tratamento está profundamente consternada e solidária ao sofrimento de todos”, completa o comunicado.
Durante os quase 60 dias de internação, a família do artista compartilhava o quadro e dia a dia do tratamento, além de se unirem ao público em pedidos de oração. Paulo deixa o marido, Thales e dois filhos pequenos, Gael e Romeu, familiares e um enorme números de fãs.

Foto: Reprodução / Instagram
Vida e Carreira do ator
Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, em 30 de outubro de 1978, cidade que ele usou como cenário de filmes e fazia piadas frequentes sobre a região. Estudou e se formou em teatro na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL).
A primeira peça que participou foi “O Surto”, em 2004, onde dividia a direção com Fernando Caruso, no espetáculo que apresentou ao público pela primeira vez a personagem Dona Hermínia, inspirada em sua mãe, Déa Lúcia, que marcou sua carreira, ganhando peça própria em 2006 e sete anos depois chegava aos cinemas.

Nos teatros Paulo brilhou em peças, como “Infraturas”, “Hiperativos”, “220 Volts”, “Online” e “Minha Mãe é uma Peça”, pelo qual ganhou o prêmio Shell de Melhor Ator. Já na TV, o ator estreou em 2006, com participações na novela “Prova de Amor”, na Record e nos seriados “Minha Nada Mole Vida” e “A Diarista”.
Ganhou destaque em 2016 ao interpretar o cabeleireiro Renée na minissérie “Divã”, da TV Globo. No mesmo ano estreou na Multishow com alguns programas humorísticos, como “220 Volts”, o sucesso “Vai que Cola”, “Fernandinho Show” e em “A Vila”.
O terceiro filme de “Minha Mãe é uma Peça” teve a maior arrecadação da história do cinema nacional, com 182 milhões de bilheteria. Além deste sucesso, o ator também se destacou como protagonista nos filmes “Os homens são de Marte e é para lá que eu vou” de 2014 e “Minha vida em Marte” de 2018, onde contracenou com a atriz e amiga Mônica Martelli.
Paulo Gustavo se casou com o dermatologista Thales Bretas em 2015, com quem teve dois filhos, Gael e Romeu, nascidos em agosto de 2019, por meio de barriga de aluguel.
A notícia da morte do ator mobilizou os fãs, causando bastante comoção nas redes sociais entre artistas, jornalistas, políticos e clubes esportivos lamentando a grande perda. Paulo conquistou o Brasil com o seu talento de fazer rir e humor contagiante, junto a saudade fica seu imenso legado.

Foto: Reprodução / Bob Wolfenson
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