Esporte

Ministério Público emite nota que mantém paralisação do futebol em São Paulo

Em nota oficial, Ministério Público mantém paralisação do futebol paulista e assunto repercute.

Nesta segunda-feira (15), o Ministério Público de São Paulo (MPSP) emitiu uma nota negando a reavaliação do pedido de paralisação que foi proposto pela Federação Paulista de Futebol, mantendo, assim, a medida que suspende o Campeonato Paulista por 15 dias.

A nota foi emitida após uma reunião realizada entre representantes da Federação Paulista de Futebol e membros do gabinete de crise da Covid-19 do MPSP.

“A instituição reiterou que os altos índices de ocupação dos leitos de UTI em todo o Estado e a maior transmissibilidade das novas variantes do Coronavírus exigem, para o enfrentamento da pandemia, a menor circulação de pessoas possível. Assim, o MPSP, orientado pelos médicos que integram o gabinete de crise, mantém a sua recomendação, acatada pelo governo estadual, no sentido de suspender os jogos de futebol e as atividades religiosas de caráter coletivo”, destacou a nota do Ministério Público.

A Federação Paulista deverá se reunir com os clubes para estudar a possibilidade de realizar os jogos do Paulistão em outro Estado. Seria esse o caso de São Bento e Palmeiras, jogo que a princípio estava marcado para Belo Horizonte, na última quarta-feira (17), mas foi adiado. Porém, o Estado de Minas também planeja suspender o futebol, o que ocasionaria em um grande entrave na continuidade do futebol paulista.

Foto: Divulgação/Everaldo Vilela

Nos últimos dias, a paralisação do futebol virou assunto nas redes sociais e nos principais programas esportivos do país, acarretando muita discussão e dividindo opiniões.

Muitos também não se mostram nem contra e nem a favor da medida, como o torcedor do Santos, Victor Moraes.

“Na verdade, eu não me importo muito com o que vai acontecer. É claro que eu quero ver meu time jogar, mas é tanta desorganização que desanima. Então, se tiver jogo está bom, se não tiver está bom também, e espero que a situação na saúde melhore com a medida”, ele conta.

Já para Carlos Eduardo, torcedor do Fluminense, a paralisação não é o melhor caminho para a situação que o país se encontra.

“Entendo que a saúde esteja em colapso, mas acho que parar o futebol não vai mudar nada, o problema não está ali”, e ainda destaca: “vai mudar o calendário todo do futebol que já é apertado e a maioria dos jogadores também não vão respeitar as restrições fora de campo”, explica Carlos Eduardo.

ABRACE emite nota oficial à respeito da paralisação do futebol

A Associação Brasileira dos Cronistas Esportivos (ABRACE) se posicionou contra a paralisação dos eventos esportivos em nota oficial. Classificando a decisão como “desnecessária e equivocada”.

No entender da associação, as federações estão tomando os cuidados necessários e não ter jogo prejudicaria os profissionais do esporte e até mesmo a população, que está sendo aconselhada a permanecer em casa.

Confira a nota oficial na íntegra:

“Entendemos como equivocadas e desnecessárias as decisões de suspender a realização de eventos esportivos, notadamente partidas de futebol, não havendo qualquer justificativa crível ou embasamento científico.

Essas competições vêm sendo realizadas sob os mais seguros protocolos de saúde, bem como servindo para manter ativos vários profissionais, além de ser fator estimulante para as pessoas ficarem em casa, com a opção de assistir a esses jogos pelos diversos meios de comunicação.

Ademais, todos esses jogos estão sendo realizados sem a presença de público, com número reduzido de profissionais da imprensa, não gerando qualquer aglomeração.

É evidente que os cronistas esportivos do Brasil estão cientes da grave crise sanitária existente, inclusive em suas atividades de comunicadores, estão tendo uma importante participação no alerta e orientação à população de todo o Brasil.

Sendo assim, a ABRACE reitera e apela às autoridades governamentais e desportivas do Brasil, que mantenham as competições que vêm sendo realizadas, todas de forma segura e com controles rígidos.

A paralisação do futebol ou de qualquer outro evento desportivo, em nada contribuirá para a redução de infectados da pandemia da Covid-19, bem como servirá para causar irreparáveis danos nas atividades profissionais da crônica esportiva de todo o Brasil, impulsionando, ainda mais, o desemprego na classe e gerando a falência de veículos de comunicação que empregam cronistas e outros profissionais, além da importância social na integração da prestação de serviços.”

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Lucas Pires – 7o período de Jornalismo

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