Época de eleição é quase sempre a mesma coisa: tumulto nas portas das escolas, boca de urna e os famosos “santinhos” de candidatos jogados nas ruas causando acúmulo de lixo. Mesmo com fiscalização, é costume ver essas cenas próximo às zonas eleitorais pelo Brasil todo. Pessoas que saíram neste domingo (15) pela manhã comentaram sobre o que viram, o que acham e como foi votar com as normas e precauções por causa da Covid-19.
Para a Jornalista Gláucia Baraúna, que foi exercer seu papel de cidadã no último domingo (15), o inusitado foi ter que votar de máscara e com a sua própria caneta. Ela comenta sobre as mudanças em tempos de pandemia: “Foi bem tranquilo. Já tinha visto algumas mudanças e fui com a caneta, máscara e álcool em gel. Fui em um horário cedo e consegui votar sem aglomeração”, conta. (Foto: Arquivo Pessoal)
Embora para ela tenha sido tranquilo votar, uma questão foi incômoda: os “santinhos” nas ruas e calçadas. “É uma situação bem difícil ver a nossa cidade suja com esses “santinhos”. Cada vez mais eu vejo eleitores conscientes que não votam em candidatos que deixam a nossa cidade nessa sujeira”, conta. (Foto: Gláucia Baraúna)
Para a estudante de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá, Vanessa Guedes, toda essa sujeira é devido à falta de educação das pessoas, não só em época de eleição: “Ridículo, acho uma falta de vergonha na cara”, comenta.
Vanessa relata que, assim como em todas as zonas eleitorais, o uso da máscara foi obrigatório e o uso do álcool gel antes de entrar na sala também. Segundo ela, um grande problema foi a algomeração. “Pediram (máscara) e tinha álcool em gel. Porém, tinha aglomeração do lado de fora. Estava cheio de pessoas bebendo e sem máscara. Acho grotesco ter votação em plena pandemia”, finaliza. (Foto: Vanessa Guedes)
Além de causar bastante sujeira nas ruas, o “santinhos” podem entupir bueiros e causar enchentes em algumas regiões. Pensando nisso, cenas de alguns candidatos a vereadores com os chamados “santinhos recicláveis”, foram vistos pelo Brasil todo. Para Vinicius Parracho, que foi candidato político em sua cidade natal, Porto Seguro-BA, a ideia de confeccionar os papéis com sementes de cenoura veio de de uma etiqueta de uma camisa que ele ganhou de presente. “Ela era desse material. E eu já estava buscando alguma ideia que substituísse o santinho convencional”, conta.
(Foto: Instagram Vinicius Parracho)
Essa iniciativa, que não foi adotava apenas por Vinicius, tomou conta da internet, principalmente, no Twitter: “O impacto foi maior do que imaginávamos. Eu fiquei na dúvida entre o santinho de papel semente e o santinho em formato de marca-página, com um QR Code que levava pra uma lista de livros que contam a história da cidade. A escolhida viralizou na internet, fizemos uma boa escolha”, finaliza Vinicius.
Como a rede social é uma ferramenta de bastante impacto, a revolta dos internautas com o chão repleto de santinhos tomou conta do Twitter. Eleitores estão abrindo mão de votar nos candidatos que entupiram as ruas de papéis que, além de não limparem, vão deixar esquecidos.
Ruas repletas de santinhos em Queimados. (Foto: Elias Júnior) 
Ruas desertas depois de um domingo de eleição, mas com inúmeros papéis dos candidatos pelo chão de Queimaos. (Foto: Elias Júnior) 
Santinhos tomam conta das ruas de Cabo Frio. (Foto: Rodrigo Aquino)
As eleições do primeiro turno para vereadores e prefeitos aconteceram no último domingo (15) e os cidadãos podiam votar até 17h pelo horário de Brasília-DF. Nos locais em que houve a necessidade de ter segundo turno, a data será no dia 29 de novembro, no mesmo horário, de 7h às 17h. Eleitores terão que ir de máscara e com sua própria caneta.
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