Economia Geral

Empresários e consumidores sofrem com escassez de matéria-prima

Falta do aço também afeta outros setores da economia brasileira

Em meio à pandemia causada pelo coronavírus, empresas sofrem com a escassez de uma matéria-prima crucial: o aço. Empresários, fornecedores, mecânicos e consumidores comentam sobre a alta das peças e o que esperar no futuro pós-pandemia, que ainda não tem data definida para ter um fim.

Setores da economia dependentes de matérias-primas entraram em crise devido à escassez e a alta nos preços. (Foto: Reprodução/ Pixabay)

As reclamações dos preços não se limitam apenas ao ramo automobilístico. Pedreiros, serralheiros e até comerciantes de alimentos estão sofrendo com a crescente falta de equipamentos, o que causa queda na economia para quem trabalha com vendas.

Para o empresário Bruno Sul, a maior preocupação da falta do aço para a sua empresa de auto-peças é a influência do aumento em todos os ramos.

“O que me preocupa é que não é só um setor que vai sofrer com a escassez. Já que praticamente temos a matéria-prima em quase tudo em nossa volta”.

Bruno Sul, empresário, conta sobre os impactos negativos da escassez do aço causada pela pandemia.

Bruno ainda alerta que se continuar com os preços elevados, pessoas de classes mais baixas terão dificuldades de ter um automóvel: “A tendência é ter o aumento e com isso a dificuldade é manter carro ou se alimentar”, comenta.

Bruno Sul, 25, empresário dono da Bufalo Auto Peças

Segundo o empresário, que achou que com a quarentena ele fosse ter que fechar a sua loja, a pandemia serviu de aprendizado para se reinventar no meio de uma crise: “Eu fui obrigado a me reinventar e com isso eu pude aprender que existem novos mercados dentro do meu próprio ramo. Que eu poderia vender onde eu não vendia antes”, finaliza Bruno.

E se para quem vende e revende as peças o aumento causou impacto, para o consumidor não foi diferente, é o que conta Anderson Mendonça: “Tive um impacto muito grande sim. E o que acontece é que começamos a fazer dívidas e ficar apertado de um lado, já que não podemos deixar o carro ficar parado por muito tempo”, conta.

Para quem trabalha diariamente com o carro em corridas de aplicativos, a manutenção do seu instrumento de trabalho tem que estar em dia. Mas com os preços elevados e a falta de peças, a preocupação é grande. É o que conta Allan Ribeiro, motorista: “O que me deixa bastante nervoso é que preciso do meu carro para o meu sustento, sem peças de manutenção eu corro um grande risco de ficar na mão na pista e até sem trabalhar”, conta.

Uma das áreas mais afetadas foi a área da construção. É o que revela Antônio Carlos, pedreiro há mais de 30 anos: “Você vai em uma loja de material de construção e não encontra, ou quando encontra o preço está caro demais, é bem complicado isso”, relata.

Se para quem trabalha vendendo a alternativa foi aumentar os preços conforme o mercado, para quem trabalha como autônomo fazendo serviços foi o oposto: “Infelizmente eu tive que abaixar o valor da minha mão de obra para poder ter serviços, já que os clientes estão pagando caro, e quando tem, nos materiais”, conta Antônio.

O Brasil, assim como boa parte do mundo, se encontra em uma quarentena mais “frouxa” – com algumas flexibilizações – desde março de 2020 por causa da pandemia da covid-19, com mais de 5 milhões de casos confirmados e quase 170 mil mortes por causa da doença. Com isso, as empresas estão fechando as portas para voltar em 2021; ou até mesmo fechando de vez. O país vive esse ano uma das piores crises de sua história tanto na área econômica, quanto na área da saúde.

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