Na segunda semana de outubro, a famosa editora de quadrinhos, DC, revelou que a nova Mulher-Maravilha é brasileira e se chama Yara Flor. A personagem é da Amazônia, mas é uma imigrante nos Estados Unidos. A confirmação da nacionalidade da nova heroína veio logo após as últimas publicações da saga da Mulher-Maravilha original, Diana Prince, com o descobrimento de uma facção de amazonas escondida na América do Sul.
Yara Flor participará da próxima grande saga da DC, “future state“. O evento vai mudar a personalidade de muitos heróis da editora, além de apresentar uma nova formação da Liga da Justiça nos quadrinhos. As HQs serão publicadas em janeiro de 2021 e devem ter dois meses de duração, misturando antigos e novos personagens na história.
Detalhes sobre os poderes ainda não foram revelados, mas imagens disponibilizadas já mostram o visual da nova princesa amazona. Em depoimento ao site IGN, o editor da DC, Jamie S. Rich, diz que a origem da personagem será apresentada durante a saga.
“Apesar de vermos ela atualmente ativa como a Mulher-Maravilha, eventualmente vamos descobrir sua origem, parcialmente com ela entendendo o que isso significa, de onde ela é, por que ela é isso, como ela se relaciona com Diana e com as outras amazonas”, comenta Jamie.

A nova Mulher-Maravilha foi inspirada na modelo brasileira Suyane Moreira, de 37 anos. A quadrinista Joëlle Jones conta que a usou como ponto de referência para a construção dos traços da personagem. Suyane também atua como atriz e esteve nas produções de “Gabriela” e “Novo Mundo”, ambas da Rede Globo. A cearense afirma ter se surpreendido ao ficar sabendo que foi escolhida como inspiração da heroína.
“Me sinto muito feliz e honrada por ser inspiração dessa personagem que influencia tantas mulheres”, revelou Suyane em seu Instagram.

Veja como os fãs reagiram
A repercussão do anúncio da nova Mulher-Maravilha movimentou as redes sociais, principalmente os brasileiros que comemoravam a nacionalidade da nova heroína.
A estudante de biomedicina, Nathalia Abrahão, crê que a introdução da super-heroína ajuda na visão de representatividade da cultura brasileira. A jovem de 19 anos ainda afirma que a diversidade no universo dos quadrinhos é importante para mostrar as características de diferentes povos e apresentar conceitos como segurança e justiça até mesmo para uma criança. Ela também pensa que com o surgimento da nova Mulher-Maravilha, novas fãs da heroína podem aparecer.
“Por mais que o público interessado em HQs seja, hoje em dia, menor em relação a filmes e séries, acredito que a entrada de uma mulher, brasileira, empoderada e guerreira possa chamar atenção de muita gente, principalmente de mulheres que se sentirão representadas” aborda Nathalia.
Israel Marcelo, fã declarado da DC, conta que ficou surpreso e curioso ao saber da nova origem da Mulher-Maravilha. O estudante de direito acha difícil Yara Flor substituir Diana Prince nas telas dos cinemas, já que a Mulher-Maravilha original é uma personagem clássica e faz parte da trindade da editora. Apesar disso, ele acredita que o desenvolvimento da heroína é relevante para a representatividade.
“A evolução das personagens é importante, mas respeitando a antiga história. É significativo a pessoa enquanto lê, se sentir dentro da história, seja fisicamente ou mentalmente. É extremamente relevante viver a personagem”, diz Israel.
Yara Flor agora se junta a outros representantes brasileiros na história dos quadrinhos. Internacionalmente conhecido, Mancha solar é o mais popular dos brasileiros no universo dos super heróis. Além de ser membro dos X-men, o herói já foi líder dos Vingadores, da Marvel. O personagem ainda apareceu recentemente nos filmes X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014) e Os Novos Mutantes (2020).

Outra heroína que nasceu na Amazônia é Beatriz Bonilla da Costa, ou para os fãs da DC, apenas “Fogo”. De origem indígena, a personagem fez sucesso ao ingressar para a Liga da justiça. Fogo ganhou maior notoriedade ao participar da série animada “Liga da Justiça Sem Limites” da Warner Bros, nos anos 2000.

Vale ressaltar que a Mulher-Maravilha original, Diana Prince, não será substituída por Yara Flor, e ambas devem se encontrar em um futuro próximo.
Além da fama com as histórias publicadas, a DC também é conhecida pela diversidade que retrata em sua tramas. Desde personagens homossexuais até heróis negros, a representatividade é comum nos quadrinhos da editora. Abordando diferentes características, como cultura e nacionalidade, o surgimento de Yara Flor apresenta um dos pontos mais importantes do universo das Hqs: qualquer pessoa pode ser um herói, independente de sua origem ou identidade.
João Henrique Reis – 4° período
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