O consumo de alimentos ultraprocessados durante a pandemia aumentou consideravelmente comparado ao ano passado, é o que revela uma pesquisa realizada pelo Datafolha em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Foram entrevistadas pessoas entre 18 e 55 anos de todas as regiões do Brasil e de todas as classes econômicas.
Os produtos campeões no consumo, segundo o estudo, foram os biscoitos (de pacote e salgados), tendo um aumento de 30% para 35% em comparação ao ano de 2019. Margarina, maionese e ketchup ficaram com o segundo lugar do ranking e o crescimento ampliou de 50% para 54% em 2020.
Mais informações da pesquisa, acesse: Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
Durante o isolamento social, os hábitos cotidianos das pessoas sofreram alterações, principalmente os alimentares, fazendo com que os serviços de delivery de comida aumentassem durante a pandemia e tendo como consequência o ganho de peso da população. O professor Ms. Carlos Eduardo das Neves e coordenador do curso de Nutrição da Universidade Veiga de Almeida (UVA) comenta que o aumento de consumo de fast-food é prejudicial à saúde pois possui muita gordura saturada, sódio e calorias vazias, ou seja, pouco valor nutricional e excesso de energia.

Carlos Eduardo está realizando consultorias nutricionais online e, além da alimentação inadequada resultando no ganho de peso de seus pacientes, o sedentarismo também contribuiu, principalmente nos meses de março, abril e maio devido ao isolamento social por conta da pandemia da Covid-19.
“O ganho de peso, principalmente o aumento da circunferência abdominal, está relacionado a doenças como diabetes, hipertensão, desequilíbrio das gorduras sanguíneas, hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia. O que será um grande problema para muita gente pós pandemia”.
O especialista explica que produtos processados são aqueles que possuem uma quantidade pequena do produto original, como exemplo, a geleia de abacaxi (que tem adição de açúcar). Mas de forma geral, os processos giram em torno de adição de sal, açúcar e corantes para que o produto tenha um durabilidade maior nas prateleiras, favorecendo assim, as indústrias. E os alimentos ultraprocessados são aqueles que não precisam ter o alimento de origem em sua composição, aumentando ainda mais os efeitos nocivos para a saúde.
Está sendo realizado um estudo pelo Núcleo de Pesquisas epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo, que irá identificar como a alimentação dos brasileiros contribui para as doenças crônicas, obesidade, câncer e outras patologias.
Para saber mais: Estudo NutriNet Brasil
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Alessandra Borges – 8ª período
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