Nessa quarta-feira (21), em reunião pela manhã, os conselheiros do CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), decidiram, pela maioria dos votos, por dar uma advertência ao restaurante de fast-food Burger King pela propaganda “Burger King – O melhor do BK sem o pior do BK”, publicada nas redes em agosto.
A propaganda em questão mostra imagens reais de pessoas brigando, algumas possivelmente bêbadas, e até pessoas sem roupa dentro dos estabelecimentos da empresa.
O CONAR é uma organização que tem como objetivo regular o setor de propaganda midiática para contribuir com o desenvolvimento ético do setor em nível nacional. Vale destacar que quem faz parte do CONAR, na tomada das decisões, são conselheiros escolhidos aleatoriamente, mas que possuem conhecimento sobre o assunto, deixando assim as escolhas o mais imparcial possível.
O publicitário Igor Garcia fez questão de lembrar que o CONAR não pode aplicar multas ou obrigar uma empresa a acatar a decisão tomada. “O CONAR não pode de fato punir empresas, pois ele não é um órgão governamental, é um conselho independente de autorregulamentação, ou seja, é o próprio setor que ‘se julga’ para evitar censuras e perseguições. Ele existe para analisar denúncias que podem ser feitas por qualquer um, ajudando a manter a ética dentro da publicidade e evitar peças que de alguma forma venham a ofender ou enganar.”
O que o CONAR faz é receber essas denúncias e julgar se é válido notificar o anunciante, que pode também recorrer da decisão dessa denúncia. Após isso, as duas partes se reúnem, apresentam seus argumentos em meio a um comitê especializado, em que sairá a votação a favor ou contrária à peça. A decisão é então comunicada imediatamente às partes e ao veículo de comunicação, se for o caso. Novamente, a empresa responsável não é obrigada a mudar nada na propaganda, porém é como se fosse uma regra não escrita entre as empresas, uma questão de ética, aceitar a decisão estabelecida pelo CONAR e fazer as alterações necessárias. Isso evita que sua própria empresa fique mal vista no meio.
No caso do Burguer King, o publicitário acredita que o maior problema tenha sido na violação do artigo “Principio do consumo com responsabilidade social”, em que um de seus anexos cita que o anunciante “não associará o produto a situação que sugira agressividade, uso de armas e alteração de equilíbrio emocional”.
“Nesses casos, a empresa é notificada, funcionando como um ‘puxão de orelha’ para que tenha mais atenção em futuras peças, e alterações são sugeridas para que a peça possa retornar ao ar. O ideal é que a peça seja alterada, tirando ou modificando as partes que motivaram a denúncia, para que se mantenha a ética dentro do setor. Porém, caso a empresa não queira, ela não é obrigada”, afirma Igor.
Para evitar a censura, ninguém é proibido de criar nenhuma peça, ou ter sua peça retirada à força. Prezando pelo bem da coletividade e da ética no meio, quase todas as empresas aceitam as decisões tomadas pelo CONAR.
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Lucas Bacil – 8º período
Revisada por Julia Barroso
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