O futebol moderno vem se reinventando a cada ano que passa, com isso novas regras foram criadas e modificadas para que o esporte mais praticado no mundo pudesse entreter ao mesmo tempo que ficasse mais dinâmico aos olhos do público e justo para os jogadores em campo. Para esta finalidade, foi criado então o árbitro de vídeo, ou VAR (“Video Assistant Referee” em inglês). No entanto, essa ferramenta que deveria ser um suporte de total confiança nas partidas, vem causando muita polêmica nos jogos, rendendo debates positivos e negativos, fazendo os torcedores e dirigentes dos clubes do Brasil desconfiarem e ficarem irritados com o uso desse recurso.

Para o preparador físico e professor de educação física, Juan Barros, o VAR é uma ferramenta bem positiva, porém o que causa incômodo é a demora para definir um lance, diferente do modelo inglês na Premiere League em que tudo se resolve rapidamente. Para ao preparador, a cultura no esporte em que seu time sempre é o prejudicado, faz com que a fama do VAR seja ruim: “E assim, temos uma cultura muito ruim sobre nossos clubes (tal do clubismo), então tudo que acontece e existe interferência do VAR contra o seu time, está errado, é roubo”, conta

Foto/Reprodução: Rede social
Muitos árbitros em campo acabam não tomando a decisão convicta de um lance para deixar o árbitro de vídeo dar a palavra final, dando a entender que quem apita o jogo não é mais o juiz em campo, Juan fala sobre isso: “Acredito que muitos deles, até pela falta de segurança que existe, acabam se escorando um pouco no VAR”, finaliza o preparador físico.

O empresário e torcedor fanático do Flamengo, Daniel Cruz, acredita que o VAR só interfere quando o juiz de campo deixa a desejar em uma decisão não tomada, trazendo assim justiça para o futebol. Sobre os lances recentes dos jogos do time carioca no Brasileirão, Daniel fala sobre a questão do impedimento e falta: “No lance do Bruno Henrique em que ele deixou o pé no rosto do jogador do Goiás, não vi maldade. Mas mesmo sem querer, machuca. Não sei se na hora ele não tinha amarelo, mas a interferência não seria para vermelho”, conta.

A reclamação dos torcedores e até mesmo de alguns narradores é a demora em validar um gol, que tira toda a emoção do jogo. Para Breno Oliveira, estudante de Engenharia, o VAR mais atrapalha que ajuda, fazendo com que a ferramenta seja desnecessária: “Os lances polêmicos continuam sendo polêmicos. Falta interpretativa, impedimento em que a regra não muda, isso tudo não adianta nada ter o VAR se em boa parte erram por ver o lance em outra perspectiva. Um lance rápido sendo analisando em câmera lenta. Eu particularmente desaprovo o VAR, até os árbitros estarem mais preparados”, disse.
O estudante de jornalismo da Universidade Veiga de Almeida, Luis Felippe, fala também sobre o VAR e como avalia a utilização nos campeonatos e em outros esportes, como é com o basquete, vôlei e tênis. Em sua fala, o futuro jornalista enfatiza que todos os times são beneficiados, mas o que mais vale é o que é certo, a interferência de um lance que sem o auxílio, passaria despercebido, influenciando no jogo.

Foto/Reprodução: Perfil do Instagram de Luis Felippe
“A tecnologia tá se tornando indispensável na sociedade cada vez mais, nos demais esportes já vinha sendo implementado, mas no futebol encontra muita resistência até hoje. Mas eu sou muito à favor da ferramenta, torna o jogo mais justo, o fator que acho determinante pra rejeição é a demora e o tal “futebol raiz” o que é uma grande bobagem. Todos os times são beneficiados e prejudicados pelo VAR como era antes também, acontece que o VAR costuma mais acertar que errar”, conta.
O VAR continua sendo um assunto polêmico e até se acertar, muitos debates irão surgir. A CBF emitiu uma nota sobre mudanças da ferramenta, fazendo com que os erros que antes eram vistos apenas por árbitros, sejam mostrados também para os torcedores por meio das transmissões oficiais. A mudança está prevista para o returno do campeonato brasileiro, a partir da 20ª rodada. Por causa da pandemia, o Brasileirão 2020 irá ter seu término excepcionalmente no início de 2021, no dia 26 de fevereiro.
Hudson Lisboa 7º período
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