Com a palestra “A pandemia de Covid-19 e seus efeitos sobre a qualidade do ar”, começou nesta segunda-feira (18) a VI Semana de Meio Ambiente – VI SEMA, da Universidade Veiga de Almeida (UVA). Só que desta vez, no formato de teleconferência, pela internet.
O evento, já tradicional do curso de Engenharia Ambiental, é organizado pela Comissão de Estudantes de Engenharia Ambiental (CEEA), e se estenderá até o dia 6 de junho, com palestras, minicursos e debates diversos.
Na conferência de abertura da Semana, Cleyton Martins, Doutor em Química Ambiental, iniciou falando da gravidade da pandemia, trazendo à reflexão de que ela poderia ser uma consequência do antropoceno (nova época geológica, proposta em função das alterações no planeta provocadas pelo homem moderno). A mobilidade frequente de pessoas e produtos em grande velocidade favorece a disseminação de doenças contagiosas.
Qualidade do ar
Neste contexto de pandemia, e por se tratar de uma síndrome respiratória — “o ar nunca foi tão importante”– disse o professor, mostrando notícias que atestam a relação entre a qualidade do ar e a Covid-19. Nas cidades onde a poluição urbana é maior, observou-se maior quantidade de casos. No raciocínio inverso, o isolamento social levou à redução da poluição e também à divulgação de falsas premissas atribuindo aos efeitos da pandemia uma melhora no meio ambiente. Mas seria realmente uma melhoria na qualidade do ar?
Um estudo realizado por pesquisadores no início de abril constatou a diminuição de poluentes na atmosfera do Rio de Janeiro. Mas para Cleyton, não se pode considerar esses efeitos temporários como “melhoria na qualidade do ar”. Uma redução temporária da poluição de fato ocorre, mas outros fatores precisam ser considerados. No entanto, podemos utilizar esta situação como um laboratório para se observar os impactos que as atividades urbanas causam ao meio ambiente, especialmente o uso de veículos movidos à gasolina e óleo diesel.

O professor Cezar Pires, coordenador do Curso de Engenharia Ambiental, também ouvido pela reportagem, afirma que a questão da poluição atmosférica ainda é colocada num plano de menor importância. Governos não controlam o suficiente e a população não percebe a gravidade do problema. Um grande avanço deverá vir com o carro elétrico, mas este ainda vai demorar um pouco para se tornar realidade no Brasil.
“É comum convivermos com a fumaça venenosa de carros e caminhões em nossas ruas, muitas vezes entrando por dentro de nossas casas. Mas estamos acostumados e não percebemos a gravidade do problema, por conseguinte, a questão ainda não traz uma indignação necessária”, constata Cezar.
VI Semana de Meio Ambiente
Segundo Beatriz Maestá (31), aluna do 9º período de Engenharia Ambiental e uma das organizadoras do evento, a realização da VI SEMA este ano foi um grande desafio porque tiveram que repensar tudo para o novo formato: cronograma, formulários, suporte técnico, etc. Além da pesquisa para encontrar uma plataforma que pudesse fornecer inscrição gratuita, possibilitasse incorporar muitas pessoas e permitisse a interação da equipe organizadora com os participantes.
“Tivemos um feedback muito positivo na primeira palestra, esgotamos a quantidade de inscrições da plataforma (máximo 300), e contamos com a participação efetiva de 129 pessoas. Destas, 43 de fora da Universidade, inclusive de outros estados. Ficamos muito felizes”, declara Beatriz.
Isabelle Souza (24), aluna do 8º período de Engenharia Ambiental, declarou ter gostado da dinâmica e da linha de pensamento utilizada na palestra por proporcionar desenvolver um senso critico mais apurado sobre a situação atual. Para ela, se feita em equilíbrio com eventos presenciais, o formato à distância é uma mudança de paradigma benéfica, pois permite uma interação além das fronteiras da Universidade.
Sobre a importância da Semana de Meio Ambiente, Cézar Pires é enfático. “A importância é grande, não somente pelos conteúdos novos que serão aprendidos nas palestras, mas também pela rede de trabalho (network) que cada aluno poderá formar com o contato de outros colegas, às vezes de fora da UVA, além de com os outros palestrantes. Além disso, o exercício de organizar e gerenciar um evento desse porte é uma experiencia incrível para os alunos organizadores que motiva a todos para seguir o caminho da Engenharia Ambiental”. Para o professor Cleyton Martins, a semana de Meio Ambiente é importante para toda a comunidade acadêmica:
“É um dos momentos em que a Universidade conversa, de modo muito próximo, sobre as questões ambientais da atualidade, proporcionando educação e consciência ambiental. Apesar de ser aberta para toda a comunidade acadêmica, pois as questões são transversais, tem uma relevância maior para os alunos de Engenharia Ambiental, pois proporciona o conhecimento de temas e ferramentas relevantes para a atuação no mercado profissional”, diz Cleyton.
Para Isabelle Souza, aluna do 8º período de Engenharia Ambiental, a Semana permite reflexões e ajuda a ocupar o tempo e a cabeça durante a pandemia. “Esta Semana do Meio Ambiente, em especial, é muito importante porque nos possibilita, dentre outras coisas, obter conhecimento e ocupar a mente diante deste cenário caótico. Também nos condiciona à reflexão sobre o quanto nossas ações e práticas contribuíram para o mundo em que estamos vivendo”, diz.
Para ver a programação completa e fazer inscrição nas palestras, clique aqui.
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Francisco V Santos – 7º período / Colaborador Agência UVA
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