No Brasil, o Dia do Deficiente Físico é comemorado, nesta sexta-feira, 11 de outubro. Buscando promover essa data, a Universidade Veiga de Almeida (UVA) realizou, no Campus Tijuca, palestras que abordassem o tema. Participaram como palestrantes Josemar Araújo, professor de Direito da UVA e deficiente visual; Pedro Neves, atleta paraolímpico, e Tatiana Lima, também professora da universidade e responsável pelo Núcleo de Acessibilidade. O evento foi organizado pela Equipe de Experiência ao Aluno e pelo Núcleo de Acessibilidade da instituição.
O primeiro a falar foi o professor Josemar, que agradeceu pela oportunidade de falar, mais um vez, sobre inclusão. “É uma alegria poder falar sobre o assunto (inclusão) e é ainda mais gratificante para mim por ter vocês interessados em me ouvir”, disse o professor. Josemar, em seguida, contou sobre a sua trajetória de aluno a professor e das dificuldades que enfrentou no caminho.
Foto: Ana Caroline de Carvalho/NFoto Foto: Larissa Magno/NFoto
“Minha vida escolar começou em 1980, na escola especial Benjamin Constant. No início, não enfrentei grandes problemas justamente por estudar em um local preparado para atender minhas necessidades. Mas isso mudou quando cheguei ao ensino médio. A grande maioria dos professores não sabia Braile e tive de começar a me relacionar de forma mais frequente com pessoas que não possuíam nenhuma deficiência”, conta.
Josemar, ao entrar no mercado trabalho, precisou sempre provar que tinha capacidade de lecionar, mesmo com a sua deficiência. “Todas as vezes que tinha uma entrevista de emprego, as perguntas eram as mesmas. Como você vai fazer para escrever no quadro? Como vai fazer a chamada? A preocupação em saber como iria realizar essas atividades era maior do que sobre a minha formação e experiências profissionais anteriores”, completou.
Na sequência, a professora Tatiana falou mais sobre o Núcleo de Acessibilidade da UVA. “Nós (do núcleo) procuramos entender e atender as necessidades especiais de todos que fazem parte da instituição”. A professora ainda se colocou à disposição para tirar quaisquer dúvidas dos alunos.
Por último, o atleta paraolímpico Pedro Neves falou sobre o seu início de carreira. “Comecei a praticar esportes em 2005. Primeiro no futebol e depois segui para o atletismo, mais especificamente para o salto a distância. Nessa modalidade fiz quase toda a minha carreira como esportista e consegui quebrar o recorde sul-americano que perdurava por 14 anos”, disse.
Foto: Larissa Magno/NFoto Foto: Ana Caroline de Carvalho/NFoto
Pedro possui uma deficiência muscular proveniente da paralisia infantil que sofreu. A doença é causada por uma falta de oxigenação no cérebro. Segundo Pedro, mesmo tendo uma boa relação com as pessoas que o cercavam, ele sempre procurava a sua autoaceitação. Foi no esporte que a encontrou.
“Depois que comecei a me dedicar ao esporte e a conviver com outros atletas, pude ver o que sou capaz de fazer. Minha trajetória e meus feitos como atleta paraolímpico me mostraram que nenhuma deficiência pode me definir”, contou Pedro.
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