Em maioria, estudantes protestaram contra os cortes na verba destinada ao ensino superior. Protestos aconteceram em 198 cidades do país e em todas as capitais
Manifestações de protesto contra o governo de Jair Bolsonaro aconteceram na quarta-feira (15) em diversas cidades do país. No Rio de Janeiro, os manifestantes se concentraram às 15h na Praça XV e às 17h em frente à Igreja da Candelária, no Centro do Rio. Entre as principais pautas levantadas, estavam protestos contra os cortes no ensino público superior, anunciados pelo Ministro da Educação, além de oposição à Reforma da Previdência.
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Estudantes, professores e outras classes de trabalhadores participaram do ato, que também contou com a presença de conhecidos políticos no cenário carioca, como o vereador Tarcísio Motta, e o recém-eleito Deputado Federal, Marcelo Freixo, ambos do PSOL. A estudante Mariana Brandão, do Colégio Pedro II, saiu de Niterói para participar do ato no Centro do Rio, e destacou a importância da participação da juventude nos atos em defesa da Educação:
“É responsabilidade nossa, que somos afetados por essa política de corte de gastos, de vir aqui mostrar indignação. O governo arruma dinheiro para dar crédito para fazendeiro, banqueiro, mas não quer as universidades e escolas”, disse a estudante.

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Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista que os estudantes que participavam dos atos pelo Brasil seriam “idiotas úteis” e “massa de manobra”. Na multidão, muitos cartazes de protestos contra Bolsonaro relembrando frases e ações polêmicas do político. Havia também, em menor número, cartazes contra o atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e o governador Wilson Witzel.
Além das principais pautas, os manifestantes questionaram também as ações violentas da polícia e do exército atuando na cidade, em especial no caso da morte do músico Evaldo Rosa, fuzilado com 80 tiros que partiram de oficiais militares.
Além do mais recente, a morte do professor de jiu-jitsu Jean Rodrigo da Silva, após troca de tiros no Complexo do Alemão. No palanque, onde alguns líderes de movimentos sociais discursaram, também houve lembranças ao assassinato da vereadora Marielle Franco, ainda não solucionado após mais de um ano. E em núcleos menores, manifestantes se demonstraram contrários à prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

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Estiveram presentes núcleos estudantis da Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), com baterias, bandeiras e palavras de ordem. A estudante de Matemática na UFF, Anna Beatriz, falou sobre os temas abordados e a importância das universidades federais para a pesquisa científica no país:
“Tirar verba da Educação não prejudica só alunos, professores e terceirizados, afeta também o desenvolvimento, as pesquisas realizadas nos centros universitários. Mas as pessoas acham que é só verba para gente ficar de bobeira, acham que é bagunça. Além disso, é importante fazer desse ato, um ato geral contra o governo. Tem muita coisa absurda acontecendo, e ainda para acontecer”, disse Anna Beatriz.
Em outras áreas da cidade, “aulões” ocorreram juntando professores e alunos de escolas públicas e privadas, que também aderiram à manifestação. Bairros como Largo do Machado, Leblon, Tijuca, Ilha do Governador, Taquara e Campo Grande tiveram ‘aulas na rua’. Na Saens Pena, Tijuca, alunos e professores da escola Oga Mitá se reuniram para protestar. Até crianças do Ensino Fundamental I participaram, construindo cartazes.

Futuramente, ainda sem confirmação, poderá ocorrer outra grande manifestação, no mês de junho. Segundo os organizadores, o ato desta quarta-feira teria reunido cerca de 150 mil pessoas.
Segundo o G1, os protestos aconteceram em 198 cidades do país e em todas as capitais.


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Victor Leal – 7º período

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