Jair Bolsonaro (PSL) é um dos nomes mais citados durante o período eleitoral, seguindo na liderança das pesquisas. De acordo com o IBOPE, o candidato possui atualmente cerca de 27% das intenções de voto. No entanto, a vitória ainda não está garantida: a rejeição dele é alta, principalmente entre as mulheres. A pesquisa revela que 43% das eleitoras não votariam nele de jeito nenhum.

Com toda a aversão ao político, surgiram nas redes manifestações que chamaram a atenção. A hashtag EleNão, criada por mulheres, já conta com mais de 205 mil menções na rede social Instagram, sendo utilizada por famosos brasileiros e estrangeiros. Atrizes como Alinne Moraes e Paolla Oliveira se manifestaram publicamente. Até a cantora inglesa Dua Lipa, famosa pelo hit “New Rules”, se juntou ao movimento.

No entanto, grande parte da movimentação vem de mulheres comuns. O grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”, por exemplo, já conta com mais de 3 milhões de participantes e, por isso, tem sofrido diversos ataques de hackers. Administradoras do grupo tiveram dados pessoais vazados e sofreram ameaças de grupos conservadores.

Para a estudante Juliana Wanderley, de 20 anos, o que gera tanta indignação feminina é a postura do ex-militar. “É um candidato que personaliza qualquer tipo de regresso social, econômico e político para a nossa democracia”, resume. Segundo ela, o movimento, ainda que virtual, tem reflexos diretos na população. “Isso gera debates, estimula o senso crítico, a pesquisa e o estudo acerca de planos de governo”.
Segundo o Datafolha, 61% do eleitorado de Bolsonaro é masculino. Embora estatisticamente sejam minoria, as defensoras do candidato do PSL estão otimistas. A técnica de enfermagem Marcela Moura, de 35 anos, o apoia pelos valores familiares. “Ele é um homem centrado no que fala, pode não entender de economia, mas é um homem de família”, declara. Para Marcela, não há motivo para temer a oposição. “Para mim é mais um movimento de baderneiros que, na hora de votar, votam nulo ou em branco”.

No entanto, já estão sendo planejadas manifestações femininas em diversas capitais brasileiras para este sábado (29), o que pode mudar o cenário eleitoral segundo a cientista política Camila Rocha, doutoranda na USP. “Pode influenciar, tendo em vista o impacto que os protestos de massa dos últimos anos tiveram nas instituições políticas e que ainda existem muitas pessoas que estão indecisas e vão escolher seu candidato na última hora”, explica.
Manifestações a favor do candidato também estão programadas para este sábado. O encontro dos eleitores de Bolsonaro está marcado para o fim da manhã, na orla da Praia de Copacabana, altura do Posto 6.
Maria Carolina Martuchelli – 6º período

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