Reboot, expressão inglesa para um recomeço, é um termo usado quando produtoras decidem refazer uma obra, podendo, ou não, dar continuidade para a história. Com o anúncio de reboots de filmes que marcaram a infância daqueles que viveram os anos 2000, como as sagas “Crepúsculo” e “Harry Potter”, muitas discussões surgiram na internet questionando se uma nova adaptação é realmente necessária, especulando até sobre uma suposta crise criativa nos grandes estúdios Hollywoodianos.

Para Danilo Dias, 22, graduando de Jornalismo, muitos reboots estão sendo feitos de forma errada. Segundo ele, produtoras têm exagerado no quesito nostalgia, tentando trazer, de forma falha, tudo para perto da realidade. Como exemplo, Danilo citou o filme “Rei Leão”. “É uma obra de ficção, e em uma obra de ficção você pode fazer qualquer coisa. Quando você tira a emoção das coisas, colocando a realidade em demasia, não tem porquê fazer um reboot”, afirma ele, que é cinéfilo de carteirinha.
Já Gabriel Deloco, 21, colaborador da “Alkimia”, núcleo audiovisual da Universidade Veiga de Almeida e aluno de Publicidade e Propaganda, se pôs a favor. Para ele, essa é mais uma forma da indústria ganhar fácil, usando da nostalgia como ponto principal, porém, totalmente válida.
“No final das contas, cinema é passar mensagem. Se te atinge de alguma forma, não há mensagem mais ou menos válida”, comenta Gabriel.
Evângelo Gasos, coordenador do curso de Cinema da Universidade Veiga de Almeida e Doutorando em Linguagens Visuais, completa a discussão. Segundo o professor, não há crise criativa. Reboots acontecem e sempre aconteceram na história do cinema, sejam aclamados pela crítica como por exemplo “O grande Gatsby” e “Star Trek”, ou repreendidos pela mesma, como “Resident Evil– bem vindos a Racoon City” ou “MIB- Homens de preto internacional.”

“A nostalgia sempre foi um valor muito essencial no cinema. Isso mexe até com o fator econômico. Quando uma criança cresce vendo um filme e ele ganha um reboot quando ele se torna um adulto com poder aquisitivo, aquilo traz um sentimento de nostalgia”, conta o coordenador.
Evângelo ainda ressalta que esse investimento de Hollywood não é diferente de uma outra produção qualquer, e que para o mesmo ser realizado, precisa que a produtora acredite em seu próprio produto.
Foto de capa: Pexels/divulgação
Reportagem de Gyovanna Cabral, com edição de texto de João Pedro Agner.
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