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Copa do Catar: Bandeira de Pernambuco confundida com bandeira LGBTQIA+ não é caso isolado

O Catar já acumula histórico de repressões durante o Mundial

O Catar, foco mundial graças a Copa do Mundo, é alvo de críticas por políticas rígidas e acusações de infringir direitos humanos. A nação protagonizou, na última terça-feira (22), mais um episódio de restrição a expressões de apoio a causa LGBTQIA+. A “vítima” da vez, entretanto, foi a bandeira do estado de Pernambuco.

Kelvin Maciel e Victor Pereira, jornalistas pernambucanos enviados para o país para cobrirem a Copa, foram abordados por autoridades de segurança que faziam patrulha em torno de um dos estádios de futebol. A inspeção foi feita quando a bandeira do estado foi confundida com uma bandeira LGBTIA+.

A associação se deu pela presença do arco-íris na bandeira. O elemento natural representado na bandeira não reflete o mesmo da bandeira LGBTQIA+. No símbolo pernambucano, o elemento natural simboliza a união do povo do estado. A bandeira sofreu diversas mudanças ao longo de sua história, uma vez que a região já foi colônia holandesa. O arco-íris está presente na bandeira desde a revolução ocorrida no estado em 1817, que garantiu sua independência.

O episódio não é um caso isolado. Desde o início da competição no país, outras proibições foram impostas pelo governo catari.

Antes mesmo do início da competição, o governo já havia sinalizado que não seria permitido que as seleções mandassem à campo jogadores com faixas de capitão, usadas no braço, que mostrassem apoio ou fizessem alusão a causa LGBTQIAP+.

Outro registro de repressão aconteceu durante partida entre Estados Unidos e País de Gales. Torcedores de ambos os países compartilharam a situação nas redes sociais. Galeses representantes da “The Rainbow Wall” (movimento composto pela torcida LGBTQIA+ da seleção do país) foram impedidos de usar um chapéu personalizado.

Do lado norte-americano da torcida, alguns foram barrados de entrar no estádio por vestirem camisas em apoio ao movimento. “Você precisa trocar sua camiseta. Não é permitida”, teria dito um dos seguranças do estádio ao abordar um torcedor estadunidense, segundo denúncia em rede social.

Apesar das repreensões e denúncias, tanto a FIFA quanto o comitê organizador da Copa seguem afirmando que todos são bem-vindos nos estádios, e que continuam apoiando o combate à homofobia.

Arte de capa: Juan Julian/Agência UVA

Reportagem por Juan Julian, com edição de texto de Victoria Muzi e Gabriel Folena

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