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Mulheres no Irã: onda de protestos no país é reprimida de forma violenta

O movimento de revolta da população começou após a morte da jovem Mahsa Amini

Desde 16 de setembro, as manifestações no território iraniano têm sido reprimidas de forma violenta pelas tropas do governo local. Os protestos que anteriormente estavam acontecendo nas ruas, chegaram também nas escolas, fábricas e refinarias, o que provocou maior repressão contra as multidões que se formam pelo país.

A onda de protestos começou após a morte da jovem iraniana de 22 anos, Mahsa Amini, que estava internada sob custódia policial, após ser presa pela Patrulha de Orientação, conhecida como “polícia da moralidade”, por supostamente utilizar o véu de forma “inadequada” ao deixar o cabelo à mostra.

O caso gerou grande revolta na população, principalmente nas mulheres, que foram às ruas reproduzindo slogans de oposição ao uso obrigatório do hijab (véu) e clamando pela queda do regime aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã desde 1979. Como forma de demonstrar indignação contra o governo, elas queimaram os véus e cortaram seus cabelos durante as reivindicações.

Tais atitudes impulsionaram novos setores a aderirem os protestos, as escolas e universidades passaram a ser centro de manifestações esporádicas, realizadas por alunas, que protestam retirando seus véus e gritando palavras de ordem contra o regime. Abaixo, estudantes da Universidade Ferdowsi, na cidade conservadora de Mashhad, no Irã, retiram seus hijabs e pedem liberdade.

Nas refinarias, os funcionários entraram em greve como forma de apoio às manifestações. O jornalista Séamus Malekafzali compartilhou, em sua rede social, um vídeo em que mostra o momento que os trabalhadores deixam a refinaria Abadan.

Com o aumento da aderência de grande parte da população aos protestos, o governo tem aumentado a repressão contra os movimentos. De acordo com a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, na Noruega, pelo menos 185 pessoas foram mortas nas manifestações, dezenove dessas vítimas seriam crianças ou adolescentes.

Em sua defesa, o governo iraniano argumenta que os tiros disparados durante os protestos são da responsabilidade de grupos terroristas. Os manifestantes, por sua vez, acusam a polícia pela autoria dos disparos.

Foto de capa: Pexels

Reportagem Isabelle Valente, com edição de texto de Larissa Teixeira

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