Às vésperas da copa do mundo, Dinamarca e França anunciaram boicote ao evento. Dinamarqueses “camuflam” seu escudo no uniforme e algumas prefeituras de cidades francesas não disponibilizarão telões para exibição dos jogos em diferentes cidades do país. As medidas tomadas pelas duas nações são, esportivamente, meios de protestar contra a violação aos direitos humanos ocorridas no Catar durante a preparação para o mundial.
A federação dinamarquesa, que ganhou uma grande legião de fãs na última Eurocopa, anunciou em parceria com a patrocinadora Hummel o seu conjunto de uniformes que serão usados no mundial. Para a surpresa de alguns torcedores, a revelação do boicote veio junto.
O conjunto de uniformes, que possui o escudo e os “patches” emborrachados na mesma cor do restante do material, faz com que a uma primeira vista o equipamento pareça “limpo”, sem destaque ou sem evidenciar que são pertencentes à seleção da Dinamarca. Em confirmação ao anúncio do boicote, a patrocinadora Hummel fez o seguinte comunicado:
“A cor do luto. A cor perfeita para a terceira camisa da Dinamarca para a Copa do Mundo deste ano. Embora apoiemos a seleção dinamarquesa, isto não deve ser confundido com o apoio a um torneio que custou a vida a milhares de pessoas.”
Por parte dos franceses, o protesto ocorrerá apenas em solo nacional, até então. Indo contra o costume instaurado nos últimos grandes eventos esportivos, a França anunciou que, para a transmissão dessa edição da Copa no Catar, não instalará os tradicionais telões em pontos turísticos e nas chamadas “fan zones” para a exibição das partidas.
O ambientalista e prefeito da cidade de Bourdeaux, Pierre Hurmic, afirmou que não gostaria que a sua cidade sediasse os espaços. Segundo ele, isso “tornaria a cidade cúmplice” de um evento que “vai contra todas as regras humanas, ambientais e esportivas”. Além da capital francesa, Paris, as cidades de Lille, Estrasburgo, Reims, Bordeaux e Marselha também aderiram ao boicote até o momento.
A Copa tem início em 20 de novembro e ainda não há informações se mais alguma federação irá aderir ao movimento de protesto.
Foto de capa: Pixabay
Reportagem de Juan Julian com revisão de Larissa Teixeira
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