Na última segunda-feira (13) o MET Gala, tradicional baile acontece anualmente no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque., retornou após dois anos da sua última edição, adiada por conta da pandemia da Covid-19. A famosa escadaria, que também já foi palco de séries marcantes como Gossip Girl (2007), voltou a receber os looks mais aguardados pelos amantes de moda, e especialistas do mundo fashion.
O tema do grande retorno foi: “Na América: Um Léxico da Moda”. Os figurinos escolhidos pelos convidados precisavam celebrar a identidade da moda norte-americana, além de trazer as mudanças em meio aos movimentos políticos e sociais. Nas redes sociais, admiradores do evento comentavam incessantemente sobre os modelos escolhidos pelos artistas presentes, levantando a hashtag #MetGala e #MetGala2021, que continua dentre os assuntos mais comentados no Twitter.
“Eu realmente acredito que a moda norte-americana está passando por um renascimento. Acho que os jovens designers, em particular, estão na vanguarda das discussões sobre diversidade e inclusão, bem como sustentabilidade e transparência, muito mais do que seus colegas europeus, talvez com exceção dos designers ingleses”, contou Andrew Bolton, curador-chefe do Metropolitan Museum of Art ‘s Costume Institute da cidade de Nova Iorque, em entrevista à Vogue norte-americana.
Para Márcia Mesquita, professora do curso de Moda da Universidade Veiga de Almeida, a escolha do tema não foi muito boa, visto que muitas pessoas não acompanham o noticiário de moda e acabaram não entendendo o tema ao ver os looks. A professora também destaca que pela moda estadunidense ser muito casual, no geral, isso gerou confusão na interpretação.
“Primeiro, acho que poderiam ter aproveitado para criar alguma ligação com o que passamos nos últimos tempos. Segundo, o que é exatamente essa tal moda norte-americana? Creio que abriu demais o leque para interpretações e por isso as pessoas não entenderam muito. Nesse caso, nós pensamos muito em casualidade, o minimalismo… mas também tem os estilos mais tradicionais ou as marcas famosas como Calvin Klein, Ralph Lauren, Carolina Herrera e Michael Kors”, explicou a professora sobre o tema.
A professora de moda também deixa claro que o evento sofreu alterações ao longo do tempo, que antes era mais restrito ao mundo da moda, tanto com relação à lista de convidados, quanto à imprensa.
“Mesmo nos primeiros anos em que Anna Wintour passou a promover o baile, ele era mais low profile que hoje em dia. Atualmente, as celebridades que são convidadas e as formas como resolvem homenagear os temas das exposições ganharam ares bem espetaculares, quase de fantasia. Por isso, atinge mídias que cobrem pouco moda e um público que em geral não lê sobre moda. Mas, apesar disso, não deixa de ser uma grande vitrine para esse universo“, afirma Márcia Mesquita.
Este ano, devido à pandemia, a lista de convidados foi reduzida e o evento focou bastante em jovens celebridades e influencers, que explodiram nas redes durante o ano de 2020. Porém, isso não anulou a presença de convidados que são bem conhecidos no tapete vermelho. Nomes como Kim Kardashian West, Kendall Jenner e Rihanna, voltaram a marcar presença no evento com looks que chamaram a atenção de quem acompanhava a noite.
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Os anfitriões escolhidos para a edição seguiram a linha dos artistas que estão em alta entre a Geração Z. Neste ano, Timothée Chalamet, Billie Eilish, Naomi Osaka e Amanda Gorman foram os selecionados para apresentar o evento. O papel do anfitrião reúne algumas tarefas de destaque como ajudar na lista de convidados e fazer um discurso durante a festa. Além de capricharem ainda mais na escolha de seus figurinos.
Quem também marcou presença no evento foi a cantora e empresária, Anitta. Após ter feito história sendo a primeira cantora brasileira a se apresentar no MTV Video Music Awards (VMA), a artista estreou em um dos tapetes vermelhos mais famosos do mundo da moda. Apesar de não ser a primeira brasileira a ser convidada para o MET Gala, a sua aparição no baile foi um grande sucesso.
A volta do MET Gala foi bastante aguardada, marcada por muita atitude e representatividade. Mas também, pela ausência e grandes celebridades que costumam participar da noite. A cantora Beyoncé não compareceu na edição de retorno do evento, assim como Selena Gomez e Lady Gaga.
Márcia Mesquita, que além de professora também atua como designer de moda, ressaltou a importância do acontecimento do baile, que levanta fundos para o instituto de moda do MET, que tem um acervo importante para a área. Ele também atrai a atenção para a exibição anual que fazem no museu, por isso cada ano tem um novo tema, que é exatamente o tema da exposição. Além disso, a professora garante a relevância do evento para o mundo da moda.
“Assim como todos os eventos com tapetes vermelhos, é um termômetro que reforça as modas que estão no topo no momento e apontam confirmações de tendências. Mesmo a questão do museu às vezes sumir no burburinho dos looks mirabolantes, não deixa de ser uma reverência a criadores importantes e à história e cultura da moda”, finalizou Márcia.
Confira abaixo alguns dos looks que se destacaram na grande noite de retorno do MET Gala 2021.
Simone Biles Olivia Rodrigo Kristen Stewart Megan Fox Iman Megan Thee Stallion Winnie Harlow Shawn Mendes e Camila Cabello Lil Nas X
Jennifer Lopez
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Eduarda Marques de Menezes – 4° período
Com revisão de Bárbara Souza – 8° período
Eu adorei a matéria! Várias informações e críticas boas.