Imagine acordar pela manhã, sentir algumas diferenças em seu comportamento e em sua saúde: o coração apertando, dificuldades respiratórias e uma insegurança tão grande que há um medo enorme de se colocar os pés no chão para se levantar da cama. Pois esses são alguns dos sintomas na vida de uma pessoa que sofre por ansiedade e depressão, juntamente com o estresse. Sentimentos que, com a pandemia e o isolamento familiar, se tornaram ainda mais intensos.

Inevitável pensar que em um ambiente familiar, os componentes para uma boa convivência precisam estar sempre em perfeita sincronia para que se evitem os conflitos ou alterações no comportamento. Mas com a quarentena imposta pela pandemia do Coronavírus, as alterações de comportamento foram as mais evidenciadas pelas pessoas que sofrem das três doenças citadas acima.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma que o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população, atrás dos Estados Unidos, com 5,9%. Além disso, o Brasil ocupa o primeiro lugar quando a questão é a prevalência de casos de ansiedade. De acordo com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nos meses de maio, junho e julho de 2020, foi apurado que 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa na pandemia. Em média, nos outros países, o índice é de 30%.

Gráficos por idade relacionados a depressão e ansiedade

Emanuela Cruz Fernandes, psicóloga Clínica, Hospitalar e de Trânsito, confirma que de todos os pacientes atendidos por ela, grande parte se queixou de conflitos no lar e agressões. A principal causa desses conflitos diagnosticados foi o isolamento. A faixa etária mais afetada foi a das crianças, que para ter um conforto mental, buscam na tecnologia alívio para a pressão em casa.
Do ponto de vista dos pais, por terem a responsabilidade de ser os provedores do lar, a cobrança interna e externa de estabelecer um lar estável ajuda na propagação da ansiedade e de outros transtornos. Muitos sofrem ou sofreram de ansiedade ou depressão, relatando dificuldades extremas de relacionamento social e em seu próprio seio familiar, encontrando-se perdidos dentro de seus próprios medos.

Isis da Cunha, de 22 anos, relata que o seu namoro a ajudou com sua ansiedade. A convivência com o namorado fez com que ela se distraísse mais e prestasse atenção no que fosse diferente aos seus traumas, já que ela sofre de sintomas fortíssimos, como falta de ar e crises de choro.
Com o isolamento tão longo, as vulnerabilidades emocionais evidenciam nas famílias a importância de um momento de lazer e comunhão, seja sentados à mesa ou no sofá para uma noite de filme. O bem estar familiar deve ser o principal objetivo dentro de um lar. Uma boa convivência facilita a resolução do que possa a ser um sintoma de algum tipo de transtorno psicológico.
Jonatha Graciano – 3º período
Parabéns pela publicação de sua matéria, Jonatha! Bjs!