Em consequência dos confrontos entre a polícia israelense e palestinos, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, na última segunda-feira (10) foram disparados mais de 200 foguetes pelo grupo palestino Hamas, saindo de Gaza e atingindo Israel.
Em resposta ao ataque aéreo, Israel lançou 130 mísseis com destino à Cidade de Gaza, onde está concentrado o armazenamento de armas de Hamas, agitando ainda mais o confronto entre os países e gerando um maior número de mortes e feridos.
A tensão começou dias antes do término do período sagrado do Ramadã, e coincidiu com o “Dia de Jerusalém”, o qual é comemorado a libertação da Cidade Sagrada no dia 10 de maio, mediante ao regime de Israel. Os conflitos aconteceram na mesquita de Al-Aqsa, também conhecida como Santuário Nobre por muçulmanos, e como Monte do Templo pelos judeus.
Motivados pelo não reconhecimento palestino na conquista de Jerusalém Oriental pelos israelenses no ano de 1967, a discordância entre as partes motiva, ainda nos dias atuais, os palestinos a promoverem uma marcha para contestar Jerusalém Oriental como a futura capital de um estado independente.
A historiadora, Doutora em História e professora dos cursos de Comunicação e História da Universidade Veiga de Almeida, Elisa Goldman, argumenta, sobretudo, que os acontecimentos deram início através da Criação do Estado Nacional Judaico e da expulsão de 750 mil palestinos em meio à migração para a Jordânia, Egito, Líbano e Síria.
“Alguns dos palestinos passaram a viver em acampamentos provisórios como imigrantes, enquanto outros, se mantiveram não somente na Cisjordânia, pertencente à Jordânia, como também em Gaza, pertencente ao Egito, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, quando é possível retratar a expansão de Israel”, esclarece a historiadora.
Dessa forma, é possível ter a percepção da extensão de Israel conforme o modelo histórico, apresentado por um usuário na rede social, desde o ano de 1946. A Palestina vai perdendo grande parte de seu território em razão dos conflitos gerados entre os povos e, que repercute pelos dias atuais.
Os confrontos entre agentes israelenses e palestinos na Esplanada das Mesquitas, foram motivados em decorrência do impedimento palestino de adentrar no complexo da mesquita Al-Aqsa, local celebrado pelo islamismo segundo a representatividade do Ramadã para o Islã.
Os palestinos incendiaram o Portão de Damasco, na Cidade Velha de Jerusalém, e arremessaram pedras contra policiais israelenses que, em contrapartida, reagiram com granadas de efeito moral de gás lacrimogêneo.
A crescente onda de confrontos em Jerusalém Oriental está fundamentada também, a partir das ameaças de despejo de famílias palestinas no distrito de Shaikh Jarrah, por grupos de colonos judeus.

Em marcha, cerca de 8 mil palestinos presenciaram o movimento e, desde o começo dos confrontos, o número de pessoas feridas soma mais de 500, dentre elas manifestantes palestinos e agentes israelenses.
Elisa Goldman afirma que existe todo um fator histórico precursor do aumento das tensões entre Israel e Palestina, mesmo em virtude dos acordos de Oslo nos anos 90, no qual foi assinalado o tratado de paz pelo comprometimento da união entre os povos.
“Trata-se de um conflito remanescente de desrespeito e de desapropriação intervencionista que o Estado israelense faz em relação às populações árabes e palestinas”, aponta Elisa Goldman.
Com membros da família de origem palestina e, para demonstrar apoio ao Estado, uma usuária utiliza também a rede social para mobilizar as pessoas mudando seu perfil em homenagem ao Crescente Vermelho Palestino, recorrente às manifestações pela perda de propriedades palestinas.
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Luiz Guilherme Reis – 1º Período
Sob supervisão de Bárbara Souza – 8º Período
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