Cerca de 500 motociclistas participaram da campanha Cerol Mata, que aconteceu no último domingo (13), em Copacabana, Zona Sul do Rio. O objetivo do movimento é alertar para os perigos causados pelo uso de cerol e linha chilena nas pipas que fazem diversas vítimas em todo o país.
Os motociclistas, que são um dos mais atingidos pelas linhas em estradas do Brasil, se manifestaram junto de suas motos em um ato simbólico próximo ao posto 5 da praia de Copacabana, carregando pipas pretas em lembrança as pessoas que se acidentaram com cerol.

(Foto: Marcelo Piu / Prefeitura do Rio)
O motoqueiro Diego Viana, de 35 anos, diz que manifestações como essa são de grande relevância, já que lembra a todos que as linhas com cerol já causaram muita dor e sofrimento. “Os acidentes envolvendo linha chilena são recorrentes. Todos os anos vemos casos de pessoas que ficaram feridas ou que vieram a óbito por conta disso. Essas manifestações são de extrema importância para lembrar desses casos e evitar que outros ocorram”, comenta Diego.
Além dos diversos casos de motoqueiros feridos pelas linhas, outras eventualidades também são recorrentes, como as das aves que são frequentemente feridas pelo cerol, e de jovens. Como no caso da menina Eloah de apenas 8 anos, que teve sua perna amputada em maio de 2019, após ser atingida pela linha chilena.
A adolescente Camyla Espíndola, de 15 anos, também sofreu um acidente com uma linha chilena quando tinha 9 anos. Ela estava na moto com o pai no momento em que a linha atingiu e cortou seu rosto próximo aos olhos, que por sorte não foram atingidos. Por conta dos cortes, a menina precisou levar pontos. “Na hora foi assustador. Foi tão rápido que não entendi o que estava acontecendo, mas ardia muito”, conta Camyla.

(Foto: Arquivo Pessoal)
A lei municipal instituiu o dia 14 de dezembro como dia da campanha Cerol Mata. No município do Rio é proibido o uso e a comercialização das linhas chilena (composta de quartzo e óxido de alumínio), de cerol (mistura de pó de vidro com cola de madeira) ou de outros materiais cortantes em pipas, papagaios, pandorgas e semelhantes. No estado, há duas leis (nº 7.784 de 13/11/2017 e nº 8.478, de 19/07/2019) que impedem a comercialização dos produtos.
José Paulo Sobral – 4° período
Revisão – Bárbara Souza
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