Jair Bolsonaro e Donald Trump, respectivamente presidentes do Brasil e Estados Unidos, se reunirão na noite deste sábado (7), no resort de Trump, na Flórida, quase um ano após o encontro dos dois em 2019. O presidente brasileiro teria recebido o convite em uma ligação do americano, de acordo com a Reuters.
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Não há previsão de pronunciamento dos presidentes após o jantar, que tampouco terá participação da imprensa. Segundo o cientista político Guilherme Carvalhido, professor da UVA e coordenador do Laboratório de Pesquisa de Opinião Pública da universidade, é difícil determinar os objetivos e resultados do encontro, visto que não há agenda pré-definida.
“Se pegarmos o histórico da situação, serão discutidas questões ideológicas, de alinhamento do Brasil em relação à política de Trump nos EUA. Talvez uma estratégia, um posicionamento dos EUA em relação à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O que é o mais provável, visto que isso é de interesse direto do Brasil”, analisa.
Na sexta-feira, em seu Twitter, Bolsonaro falava do encontro:

O jantar é o primeiro encontro após as dificuldades enfrentadas na relação entre Brasil e Estados Unidos. Após acusar Brasil e Argentina de desvalorizar moedas propositalmente, Donald Trump havia ameaçado restaurar tarifas de importação sobre aço e alumínio, em dezembro de 2019. Para Carvalhido, a conjuntura de alinhamento ideológico dos governantes permite inferir resultados concretos e vantajosos para ambos os países, mas trata-se apenas de uma hipótese inicial.
“Principalmente no momento em que Trump está num processo eleitoral, processo que se mostrará bastante complexo. A posição do Brasil, principalmente na ala mais conservadora, poderá significar um apoio a essa provável eleição de Trump no final deste ano”, completa o pesquisador.
As perspectivas incluem uma troca de favores entre os governos, com Trump em ritmo de reeleição, para então reforçar a postura em relação à aceitação do Brasil no acordo da OCDE. Este último é um dos objetivos macroeconômicos, uma das grandes questões a serem estabelecidas pelo governo Bolsonaro.
Agenda presidencial
Segundo a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), a comitiva presidencial brasileira embarcou na manhã deste sábado (7) para uma viagem de quatro dias a Miami. A agenda terá assinatura de acordos, encontros com políticos e empresários norte-americanos, e também uma visita às instalações militares de uma unidade das Forças Armadas nos Estados Unidos.
A chegada de Bolsonaro e ao menos seis dos seus ministros a Miami está prevista para as 15h30, horário local. O retorno ao Brasil deverá ser realizado na quarta-feira (11).
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