Alunos do curso de Pedagogia da Universidade Veiga de Almeida participaram de um projeto que engloba a criação de materiais pedagógicos e artigos científicos que descrevem suas funcionalidades, como estratégias para auxiliar a aprendizagem de estudantes do Ensino Fundamental. A união destes textos acadêmicos resultou na publicação do livro “Compêndio de Materiais Didáticos”, que será lançado nesta terça-feira (19), durante uma sessão de autógrafos às 19h, no Campus Tijuca.

(Foto: Divulgação)
O livro surgiu como uma atividade da disciplina Laboratório de análise e produção de material didático, ministrada pela professora Jacqueline Maia. “No primeiro período que ministrei essa disciplina pedi aos alunos para criarem materiais pedagógicos voltados a um público de 3° e 4° ano do Ensino Fundamental I. Tivemos que nos debruçar em cima desses conteúdos e os alunos precisaram entender que o tempo deles não é o mesmo tempo das crianças, fizemos uma pausa para que os alunos entendessem como é a geração que vai ter acesso aos materiais e compreendessem como eles se comportam para criar um mecanismo para atendê-los”, relata a professora sobre a motivação da atividade.
O que era apenas um projeto interno acabou ultrapassando os limites físicos da sala de aula, como evidencia Jacqueline. “Nós planejamos uma coisa e o jogo oportunizou um outro horizonte que não era nosso objetivo. Está se tornando um projeto macro porque percebemos que os materiais estavam com um nível muito bom. Fazer artigos científicos é uma forma de comprovar que esses jogos existem, que foram criados pelos alunos e obtiveram resultados. Fizemos uma grande parceria que foi além da sala de aula, invadimos outros cenários e vamos produzir em uma escala maior. O aluno de pedagogia descobriu que pode ser um empreendedor, um empresário, um inovador”, afirma a professora.
A aluna Elissandra Alves, de 48 anos, participou do processo de criação do jogo Localizando, que durou cerca de seis meses para ser produzido e informa que seu grupo busca aprimorar ainda mais o estudo. “A pesquisa foi ampla, perpassando por diversos pensadores ligados à área da educação e descobrimos que o projeto poderia ser utilizado em outras áreas, como por exemplo na saúde devido a sua funcionalidade. Enquanto aplicabilidade pedagógica, pode ser utilizado em diversas disciplinas por alunos com necessidades especiais, como ferramenta complementar ao material utilizado pelo professor para que seja trabalhada a concentração, mas também por alunos regulares. Para aulas de português pode-se trabalhar a escrita, a leitura, a expressão oral, em geografia a localização, em matemática as medidas”, comenta a discente já graduada, que realiza a complementação ter licenciatura plena.

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Já Carina Firmino, de 20 anos, revela que seu grupo optou por produzir um material destinado a alunos com discalculia. “Foi extremamente desafiador mergulhar no universo do jogo, entender sua criação, suas melhorias, entender as dificuldades de aprendizagem. O artigo também compartilha disso, foi preciso muita correção e leitura para que chegássemos a um resultado final. Foi uma experiência muito enriquecedora, que abriu a mente do grupo para novas possibilidades de atuação”, reitera a universitária do 4º período de Pedagogia.
Atrair os alunos que convivem com recursos tecnológicos pode representar um desafio. “Eu não consigo mais dar a minha aula em cadeiras enfileiradas, eu quero dar uma aula que os alunos participem, que eles compartilhem, discutam, criem. Então pensei em como eu podia minimizar os problemas que meus alunos de pedagogia enfrentariam na sala de aula. Como meus alunos, já nativos digitais, iriam entender que precisam dar aula de uma forma diferente se eles tivessem a educação pautada no tradicional?”, indaga Jacqueline.
A professora ainda sugere que a educação precisa se reinventar e proporcionar uma aprendizagem significativa. “Meus alunos precisam entender que os futuros alunos deles são de uma outra geração, que se chama geração alfa. Eles tem uma outra perspectiva. Meu objetivo é formar profissionais que compreendam que os alunos precisam receber algo diferente do que eles receberam. Aprender de uma forma lúdica é o caminho”, conclui.
Júlia Reis – 6º período
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