Em mais um capítulo da briga entre a Prefeitura do Rio e a Lamsa, concessionária que administra a Linha Amarela, na madrugada desta segunda (28) o prefeito Marcelo Crivella mandou destruir os postos de cobrança de pedágio da via, alegando que a empresa causou um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos.
Apesar da destruição, a Lamsa conseguiu uma liminar contra o ato da Prefeitura, mas não pôde retomar a cobrança do pedágio por falta de estrutura nos postos, já que foram quebrados vidros, computadores, equipamentos de cobrança automática e até as cancelas arrancadas.
Já a Prefeitura afirmou que vai recorrer da liminar para se manter com a administração da Linha Amarela que, segundo Crivella, será responsabilidade da secretaria de transportes.
“A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro notificou neste domingo, 27 de outubro, o rompimento unilateral do contrato de concessão da Linha Amarela à Lamsa, que administrava a via expressa. A primeira determinação do prefeito Marcelo Crivella foi a derrubada de todas as cancelas que impediam a passagem dos veículos sem que houvesse o pagamento de pedágio”, dizia o comunicado da Prefeitura à imprensa.

A Lamsa divulgou também uma nota oficial em que classifica a atitude do prefeito como um ato de extremo abuso de autoridade, que põe em risco a segurança dos colaboradores e motoristas. A empresa diz que irá tomar todas as medidas cabíveis em defesa de seus direitos e de seus funcionários.

A advogada Julianna Nascimento fala sobre o caso e a atitude de Crivella: “A decisão judicial suspendeu a demolição e a concessionária pode voltar com a cobrança. Há sinais claros de superfaturamento nas cobranças, contudo, o prefeito rompeu com todos os limites do bom senso com esta quebra de contrato” afirma.
Vale lembrar que em dezembro de 2018, fevereiro e maio de 2019, Crivella já havia determinado a suspensão da cobrança do pedágio na Linha Amarela com a alegação de que iria “recompor o equilíbrio econômico e financeiro da concessão”. Na época foram encontrados pela Comissão de Sindicância Administrativa, acréscimos de preços de 150% em serviços, causando um prejuízo de cerca de R$ 225 milhões ao Município.
O motoboy e entregador Alessandro Borges fala sobre os preços cobrados: “Era um valor muito alto, principalmente, para quem trabalha no trânsito, que vai e volta muitas vezes no dia, a gente que precisa passar por lá sempre, tem esse problema” conta.
Daniel Fernandes – 8° Período
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