Iniciado a partir do pensamento do ex-presidente Juan Perón em meados dos anos 1940, e revalorizado pelo kirchnerismo, o movimento que nunca foi unitário, resiste por ser amplo o suficiente para ganhar reconhecimento de diferentes setores sociais, sobretudo no cenário atual de crise que vive a Argentina. Seus três princípios básicos – soberania política, independência econômica e justiça social – evidenciam sua capacidade de se adaptar a diferentes contextos.

Entretanto, com a presidência de Néstor Kirchner (2003 a 2007) – marido de Cristina Kirchner, eleita vice-presidente na chapa de Fernández – surge o kirchnerismo, um movimento que dá sequência ao peronismo, porém advindo de sua ala mais esquerdista. Diante da incapacidade de Mauricio Macri, opositor alinhado às ideias liberalistas, de atender às demandas sociais crescentes no país, a centro-esquerda peronista ganha um novo voto de confiança, além de um potencial para reconfigurar o balanço de forcas na América Latina.
LEIA TAMBÉM: Para cientista político, vitória de esquerda define novos rumos na Argentina
Macri, primeiro presidente não peronista desde 1928 que deve completar o mandato presidencial, sai do poder frustrado por não ter conseguido romper com o movimento que esteve quase onipresente nessas eleições na Argentina. Sua intenção de derrubar a polêmica figura de Cristina Kirchner – amada por uns por carregar a herança do peronismo, mas odiada por outros pelo peso das acusações de corrupção – foi por água abaixo quando a ex presidente se esquivou dos holofotes ao se candidatar como vice na chapa cujo titular é Alberto Fernández, um peronista moderado e hábil para atrair setores mais amplos do movimento daqui pra frente.
Leandro Victor – 7º período
Pingback: Para cientista político, vitória de esquerda define novos rumos na Argentina | Agência UVA