Todos os anos, a Amazônia apresenta focos de incêndio. No entanto, dados do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (Inpe) mostravam que em 2019 a quantidade de queimadas bateria número recorde. Recentemente, o Inpe divulgou que o aumento representaria 82% a mais em comparação a 2018. Já se pode observar que, até o mês de agosto, a Amazônia concentra 52,5% das queimadas do país.
Assim como a maior floresta tropical do mundo, o Cerrado e a Mata Atlântica também estão sofrendo com as queimadas. Esses biomas representam 30,1% e 10,9% das queimadas, respectivamente. Esses dados representam um número de 72.843 incêndios; quantidade que o Brasil nunca tinha registrado. Além das áreas de proteção ambiental, territórios indígenas também estão sendo afetados e já representam um número de 68 incêndios.
Para o coordenador do curso de Engenharia ambiental, Cézar Pires, a exploração dos recursos naturais da Amazônia deve ser feita de forma responsável. “Existem várias técnicas sustentáveis modernas que levam em consideração questões sócio ambientais, feitas por empresas eficientes, sob concessão e regulação pública e pagando impostos”, conta o professor.
Os efeitos das queimadas não respeitam as fronteiras. No dia 19 de agosto, São Paulo viu o dia virar noite por volta das 15h. Muitos moradores da maior cidade do Brasil ficaram assustados com o acontecimento, já que nuvens escuras encobriram a metrópole. Meteorologistas afirmaram que este fenômeno isolado ocorreu devido a junção da frente fria com a fumaça das queimadas no Centro-Oeste, que foram trazidas até a região Sudeste.
Além de as fumaças terem atingido São Paulo, países vizinhos como Argentina, Uruguai, Peru e Bolívia também estão recebendo vestígios das queimadas da Amazônia. Os incêndios estão fora de controle e ganhando proporções que já extrapolam os limites brasileiros.
A Agência Espacial Norte Americana (Nasa) divulgou esta semana diversas imagens de satélite nas quais pode ser vista uma camada densa de fumaça sobre os estados de Rondônia e do Amazonas. Segundo a Nasa, a fumaça acinzentada no mapa espalhada por todo o país é resultado das queimadas que atingem a região amazônica desde o fim de julho.

O Engenheiro ambiental completa que as queimadas podem ser prejudiciais para o Planeta: “Estes incêndios intensificam a emissão de CO2, causando o conhecido efeito estufa e as mudanças climáticas oriundas do aquecimento do planeta”, explica.
Repercussão Mundial
Além do Brasil, as queimadas na Amazônia também ganharam destaque em várias partes do mundo. As hashtags #PrayForAmazonia e PrayForAmazonas tiveram destaques nas mídias. Um dos jornais mais renomados dos Estados Unidos, The Washington Post, disse: “As queimadas na Amazônia podem acelerar o aquecimento global e causar danos permanentes ao berço da biodiversidade”.
O ator de Hollywood, Leonardo DiCaprio, também comentou sobre o que tem acontecido no solo brasileiro: “Aterrorizante pensar que a Amazônia é a maior floresta tropical do planeta e tem pegado fogo e queimado nos últimos 16 dias consecutivos, literalmente, sem cobertura da mídia! Por quê?”, desabafa o ator.
A ativista dos direitos dos animais e da preservação meio ambiente, Luísa Mell, também se revoltou nas redes sociais. No Instagram, ela postou um texto falando do descaso do governo com leis ambientais. “A floresta veio até aqui pedir socorro! Nosso ar está doente. Vamos esperar ficarmos sem água para acordar? É tempo de despertar! A destruição da floresta não começou neste governo. A bancada ruralista manda e desmanda aqui há tempos”, comenta a ativista.
Tainá Valiati – 7° período

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