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Histórias em quadrinhos podem ser uma ótima maneira de se adquirir gosto pela leitura

Segundo a fundação Pró - Livro cerca de 36% das crianças têm o costume de ler o gênero

Em 1954, um livro chocou muitos leitores: A sedução do inocente, escrito pelo renomado psiquiatra alemão Fredric Wertham. O autor ocupava o cargo de chefe do maior hospital psiquiátrico de Nova York. Logo, tudo que o Dr. Fredric dizia era visto como verdade absoluta, até mesmo o fato de Histórias em Quadrinhos serem nocivas às crianças.

A Sedução do Inocente, escrito pelo doutor Fredric Wertham. (Foto: Reprodução/ Twitter)

Na publicação de 1954, o psiquiatra alertava sobre os riscos dos gibis. Segundo ele, essa leitura incentivava violência e promiscuidade. “Dá pra acreditar que havia gente que pensava assim?”, questiona o cartunista Maurício De Sousa. O criador da Turma da Mônica  discorda intensamente de Wertham.

“O apelo visual dos quadrinhos ajuda a buscar o interesse da criança pela leitura. Sempre encontro  pessoas que me dizem: Meu filho começou a ler pelos gibis da Turma da Mônica”.

Maurício também declara sua satisfação em contribuir, por meio dos quadrinhos, para o bem do público infantil. “Minha alegria é saber que não estou formando apenas leitores, mas também bons escritores”.

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Maurício de Sousa defende a importância das Histórias em Quadrinhos. (Foto: Acervo Pessoal)

Manoel de Souza, Editor-Chefe da revista Mundo dos super-heróis, concorda com o artista.

“Graças à perfeita, e agradável, fusão entre imagens e textos, algo que os quadrinhos fazem muito bem, esse gênero pode, sim, atrair pequenos leitores”. 

Manoel sempre foi apaixonado por gibis. Durante à infância, passava horas desenhando as próprias histórias em quadrinhos. “Eu pegava folhas de sulfite, dobrava e desenhava tudo a lápis. Comecei a criar meus heróis e a desenhar só de cabeça”

O jornalista Manoel de Souza junto à equipe da revista Mundo dos Super-Heróis. (Foto: Acervo Pessoal)

Essa pequena brincadeira despertou no jornalista o talento para a comunicação . “Os quadrinhos abriram minha mente para o mundo e me inspiraram a trabalhar com Jornalismo e Arte”.

Assim como Manoel, boa parte do público infantil ama gibis. É o que indicam pesquisas realizadas pela Fundação Pró-Livro. De acordo com os dados, em média, cerca de 36% das crianças têm o costume de ler o gênero.

Eduardo Mourão Macabé, de 7 anos, diverte-se muito com gibis, lendo em média cerca de 12 títulos anualmente. “Histórias em Quadrinhos são engraçadas e muito legais”, diz o menino. Assim como Eduardo, Miguel Oliveira Cristino, de 8 anos, também é apaixonado pelo gênero.

“Quando estou lendo, sinto estar vivendo uma aventura invisível. Com os gibis posso viajar além da imaginação”.

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Eduardo e Miguel são apaixonados por Histórias em Quadrinhos. (Foto: Acervo Pessoal)

O incentivo à leitura precisa começar na infância, e uma ótima maneira para que isso ocorra é por meio das Histórias em Quadrinhos. Esse gênero tende a beneficiar muito o ser humano, como aconteceu com o jornalista Manoel de Souza. Além disso, ficou evidente que as ideias do psiquiatra Fredric Wertham, publicadas em A sedução do Inocente, essas, sim, podem ser consideradas nocivas à humanidade.

Gabriel Murillo Monteiro – 6º Período

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