Esporte Geral

Troca de figurinhas do álbum da Copa do Mundo vira febre e aplicativo ajuda a completá-lo

Munidos de celulares, colecionadores fazem o troca-troca de figurinhas do álbum da Copa do Mundo, no Norte Shopping, no Rio. Foto: Kim Oliveira / AgênciaUVA
Nem a chuva atrapalha! Colecionadores do álbum da Copa do Mundo se espalham no bairro do Cachambi, no Rio de Janeiro, para a troca de figurinhas. Foto: Kim Oliveira / AgênciaUVA
Nem a chuva atrapalha! Colecionadores do álbum da Copa do Mundo se espalham no bairro Cachambi, no Rio de Janeiro, para a troca de figurinhas. Foto: Kim Oliveira / AgênciaUVA

Todos sabem que o brasileiro é apaixonado por futebol, ainda mais em época de Copa do Mundo. A equipe que tem mais títulos da maior competição entre seleções do futebol mundial — são cinco até agora — sempre terá o apoio da sua torcida, mesmo depois do fatídico 7×1 contra a Alemanha, na Copa de 2014. Afinal de contas, o povo brasileiro não resiste a uma bola em campo. E não é diferente quando se fala em álbum de figurinhas da Copa do Mundo. Desde 1970, ano em que foi lançado de forma oficial pela Panini, virou tradição no Brasil colecionar e completar os álbuns de quatro em quatro anos, período em que o torneio acontece. O costume é passado de geração para geração e pessoas de todas as idades colecionam. Tem até aplicativo para ajudar os colecionadores na hora de trocar as figurinhas.

Os cromos antigamente eram anexados ao álbum somente com cola normal. O colecionador comprava um tubo de cola e passava em cada figurinha. O processo é bem diferente de como é hoje, já que as figurinhas agora são adesivas. Esse ano existem 682 delas, incluindo 50 adesivos especiais, as chamadas “brilhantes”, bastante cobiçadas pelos colecionadores porque são os emblemas oficiais das seleções, a bola da competição, o mascote, troféu e algumas no final que contam a história e recordes da Copa do Mundo. Vendido em jornaleiros e livrarias, cada pacotinho contém cinco figuras adesivas e custa R$ 2, custo que aumentou em 100% em relação ao álbum de 2014.

Ao contrário de muitos que não conseguem ter toda a coleção, a estudante Thamiris Alves, de 20 anos, está querendo completar seu primeiro álbum do mundial este ano. “Sempre colecionei álbuns de figurinhas, menos o da Copa do Mundo. Coleciono desde 2008, principalmente o do Brasileirão. Na Copa de 2014, não vi muitas pessoas próximas a mim colecionando, mas este ano da Copa na Rússia, a maioria aqui está comprando figurinha, o que me instigou a completar o álbum.” E não são apenas jovens como a Thamiris que estão colecionando. Pessoas de todas as idades e gêneros estão aderindo a essa febre, mesmo com o preço do pacotinho mais caro do que os anos anteriores. Isso se deve também aos encontros de troca de figurinhas para colecionadores, o que acaba ajudando o processo. E quanto mais cromos, maiores são as chances de se conseguir as que faltam no seu álbum.

Esses encontros existem em todo o país aos finais de semana e até um site foi criado para facilitar a divulgação dos locais de troca nas cidades. Chama-se “Encontros Figurinhas da Copa Russia 2018” (www.encontrosfigurinhasdacopa.com). Além disso, a página disponibiliza diversas notícias sobre o álbum, como bancas que oferecem desconto nos pacotinhos, lugares que vendem a edição de capa dura, grupos de WhatsApp para troca e curiosidades sobre esse mundo das figurinhas. Aliás, a criação do site foi possível a partir do grupo de trocas criado no Facebook, visando à economia de quem coleciona.

As reuniões de colecionadores no Brasil acontecem geralmente em ruas com banca de jornal e espaço para as trocas ou em shoppings mesmo, afinal, é um ambiente onde ninguém deixa de ir nos dias de hoje. Nesses encontros, muitas usam aplicativos para celulares que têm a função de auxiliar no momento das trocas de cromos e saber quantos faltam para completar o álbum. A tecnologia se mistura com um dos passatempos preferidos do povo. Por se tratar de futebol, esporte número um do país, produtos e ações como esses ajudam a quem não consegue completar o álbum da Copa do Mundo.

Em Salvador, o shopping Paralela criou um ponto de encontro justamente para seu público que coleciona o álbum se juntar para conseguir trocar os cromos. No Rio de Janeiro, todo fim de semana, frequentadores do Norte Shopping se organizam do lado da livraria Saraiva — local que inclusive vende figurinhas —, para a realização das trocas. Entre eles está Bernardo, de 12 anos, jogador da categoria sub-13 do Fluminense. O menino se enfia entre os adultos, pergunta quem tem figurinha para trocar, sempre sob o olhar cuidadoso do pai, Claudio Pizzini, que ainda tem a missão de trocar figurinhas para o caçula de 8 anos. “Ter apenas um álbum em casa estava dando briga na família. Agora, os dois têm seus álbuns”, conta Claudio.

Shopping de Salvador criou uma área especial para garantir o conforto na hora da troca de figurinhas do álbum da Copa do Mundo. Foto: Paralela Shopping / Divulgação
Shopping de Salvador criou uma área especial para garantir o conforto na hora da troca de figurinhas do álbum da Copa do Mundo. Foto: Divulgação / Paralela Shopping

Quando perguntado sobre o porquê de ter o álbum, Bernardo diz que quer guardar de recordação para o futuro e ainda fala sobre a Copa do Mundo. “É um campeonato de países onde existe respeito e competitividade. Um dia vou estar em um desses álbuns, de repente no da Copa do Mundo de 2026”, arrisca o menino.

Mesmo com o valor do pacote de figurinhas sendo de R$ 2, a Panini lucra muito no Brasil com essa paixão que existe desde os tempos de Pelé até os dias de hoje, com Neymar e companhia. A criançada adora e todos os colecionadores só pensam em uma coisa: estar com o álbum completo quando a Copa do Mundo começar.

Munidos de celulares, colecionadores fazem o troca-troca de figurinhas do álbum da Copa do Mundo, no Norte Shopping, no Rio. Foto: Kim Oliveira / AgênciaUVA
Munidos de celulares, colecionadores fazem o troca-troca de figurinhas do álbum da Copa do Mundo, no Norte Shopping, no Rio. Foto: Kim Oliveira / AgênciaUVA

Kim Oliveira – 7º período

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