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Discriminação  é Tema de Debates no Campus da Tijuca

Em uma época que as intolerâncias sociais geram debates e polêmicas cada vez mais intensas, o curso de Enfermagem da UVA, campus Tijuca, promoveu o “Simpósio Universitário Zero Discriminação: Mais Ação e Menos Discriminação”. O evento, ocorrido no dia 10/06 (quarta-feira), teve como objetivo impulsionar discussões e reflexões sobre os diversos preconceitos encontrados na sociedade, como de gênero, raça, orientação sexual e religião. Junto aos alunos, o seminário foi organizado pelo coordenador do curso Marcio Tadeu e pela professora Maria Cristina Pimenta.

O evento começou, às 9h, com um vídeo no qual a atriz e modelo britânica, Emma Watson, discursa sobre o feminismo na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, em setembro de 2014. Durante sua fala, Emma apresenta o HeForShe (Ele por Ela), seu primeiro projeto após ser nomeada Embaixadora da Boa Vontade da Agência ONU Mulher. A campanha tem o propósito de mostrar que a desigualdade de gêneros não causa problemas somente às mulheres. O evento seguiu e foi exibido um vídeo documentário, feito pelos alunos do curso.

Professores e Palestrantes
Professores e Palestrantes

Antes de abrir para os debates, a professora Maria Cristina Pimenta, da disciplina Seminários Avançados de Investigação Social, apresentou o objetivo do simpósio, que ocorreu como resultado das discussões realizadas em aula. Em seguida, Eduardo Maluf, diretor acadêmico do campus, completou Cristina ressaltando a importância do tema em questão para os alunos de enfermagem. “Vocês são profissionais da saúde e não podem ter preconceito algum”.

Para iniciar o seminário, o coordenador Mario Tadeu convidou o Juiz de Direito Rossidelio Lopes, presidente da AMERJ (Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro) para mostrar aos alunos a visão jurídica em relação às discriminações. Rossidelio trouxe exemplos positivos e negativos sobre o assunto. Lembrou o fato do Rio de Janeiro ter sido o primeiro estado brasileiro a realizar casamentos homoafetivos e comentou a lei do feminicídio, nome dado ao homicídio contra a mulher por razões de seu sexo. Passou por problemas como homofobia, agressão infantil, racismo, preconceito religioso, de idade e discriminação socioeconômica.

Quando foi aberta a sessão de debates, os alunos reapresentaram os vídeos e debateram em cima do documentário. Este, produzido pelos estudantes, trazia chamadas de matérias jornalísticas em que a intolerância era pauta e depoimentos de três pessoas que sofreram ou sofrem preconceitos. A mesa-redonda abriu espaço para Vagner de Almeida, representante da coordenação HSH/JOVENS/LGBT da  ABIA ( Associação Brasileira Interdisciplinar  de  Aids), que exaltou a diversidade, condenou toda forma de preconceito e, por meio de frases impactantes, destacou o conhecimento como  maneira   de  libertação de  qualquer intolerância. ”O  debate de diversidade sexual é importantíssimo  para a superação do tema”, diz ele.

O  discurso  de  Vagner  foi  o  ponto  alto do  evento,   porque instigou  os  alunos a  participarem  ainda  mais  do  debate,   levantando   diversas  questões  sociais  importantes para  a  superação  de  diferentes  tipos de   discriminação e questionando a  metodologia da  educação  brasileira.   O  debatedor ainda divulgou o  seu  trabalho à  frente da ABIA,  Associação Brasileira Interdisciplinar   de  Aids, que tem  sede no centro do RJ e atua no enfrentamento da  epidemia de HIV e AIDS a partir da perspectiva dos  direitos humanos, com da solidariedade, justiça e democracia.

  É  com  o  avanço  da  consciência  que a repressão da  discriminação é  superada. A  sexualidade é  um  tema  deve  ser  debatido  em  sua  totalidade em  todas  as  esferas  sociais  e  nos  mais  variados  lugares.  A  violência estrutural causada pelo obscurantismo da   intolerância representa as   correntes  da  ignorância,  no  qual  somente o  conhecimento  é  capaz de  quebrar  e  libertar  as mentes da opressão.

Interação no debate
Interação no debate

O assunto mais replicado , foi o da Parada do Orgulho LGBT. A polêmica gerada com a transexual crucificada dividiu os alunos que quiseram saber a opinião do magistrado. “A Parada poderia teatralizar a crucificação, mas, talvez, ultrapassaram a barreira do respeito. É o mesmo que chutar a imagem da Santa na TV”, avaliou o Juiz, fazendo referência ao caso ocorrido em outubro de 1995, no qual um Pastor chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida no programa O Despertar da Fé, transmitido pela Rede Record. O Comercial da Boticário também foi lembrado.

“Crucificada” na parada gay transexual vira alvo de polêmica

Aconteceu no dia 7 de junho, a 19ª  Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, reunindo pessoas de diversas faixas etárias , perfis e crenças. Diferente dos eventos anteriores, esse, em especial, causou muita polêmica nas redes sociais e mídia em geral ao apresentar Viviany Beleboni, uma jovem transexual, crucificada, representando Jesus Cristo, causando revolta em internautas que acharam um desrespeito à fé cristã. “As pessoas estavam querendo a minha morte. Tinha gente falando que eu tenho que morrer”, disse Viviany, que também recebeu, pelas redes sociais, mensagens de apoio de simpatizantes à sua causa.

O ato foi classificado pelo pastor evangélico Marco Feliciano de “cristofobia”, internautas também lembraram de outras ocasiões em que a cruz foi usada para passar algum tipo de mensagem, que não a religiosa, mas sem a repercussão obtida após o protesto de Viviany. “Sou completamente contra, infelizmente ou felizmente somos o que somos não há carne, só o caráter que fica e não temos que envolver crenças ou religiões” diz Elaynne Cundari, gay assumida e que sempre participa da parada.

Segundo a psicóloga Amanda Santana, hétero, 30, a parada gay tem como objetivo principal mostrar  a luta de uma causa que ao longo dos anos vem ganhando espaço. Porém, nos últimos eventos, é notável uma mudança drástica nesse ideal, pois o mesmo trás consigo um claro teor sexual, com pessoas muitas vezes nuas e em atos que agridem a moral e a ética. “ É preciso focar na importância desse festa, ter um ideal , não usar de agressão seja ela qual for: religiosa, sexual, visual… pois dessa forma as pessoas veem  essa comemoração como um ato libertino e não de liberdade”, completa Amanda.

Por: Erick Douglas, Tadeu Thurler, Jéssica Vellasco, Sheyla Soares e Reginaldo Paixão.

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Agência UVA é a agência experimental integrada de notícias do Curso de Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida. Sua redação funciona na Rua Ibituruna 108, bloco B, sala 401, no campus Tijuca da UVA. Sua missão é contribuir para a formação de jornalistas com postura crítica, senso ético e consciente de sua responsabilidade social na defesa da liberdade de expressão.

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