“Deus ajuda a quem cedo madruga”. Esse é o famoso ditado popular de pessoas que precisam se deslocar de casa para o trabalho todos os dias. Um trajeto que tem se tornado mais difícil e cansativo dia após dia devido à superlotação, desconforto e insegurança.
Resultado da falta de estrutura das empresas que não investem em manutenção ou expansão de suas frotas, o desconforto, seja ele dentro de um trem, metrô ou ônibus, torna o horário do rush muito mais estressante e árduo. E quando a empresa toma a iniciativa de realizar melhorias para o bem-estar de seus passageiros, a conseqüência é o aumento das tarifas.
A estudante Letícia Mendes, de 18 anos, diz não se importar com o valor das passagens, desde que elas tragam benefícios à sua viagem. “O que me incomoda é perceber que elas aumentam e os problemas continuam os mesmos”.
Em seu trajeto diário, a empregada doméstica Aparecida Ferreira, de 47 anos, enfrenta o desconforto do trem e a superlotação do metrô para chegar ao seu local de trabalho. “Diariamente embarco na estação de Japeri, sentido Central do Brasil, e dificilmente os trens desse ramal estão num bom estado. Sempre são bem antigos e sem conservação”, comenta a passageira.
A falta de estrutura não é o único motivo de reclamação por aqueles que são obrigados a utilizar o transporte coletivo diariamente. A superlotação também é alvo de grande insatisfação. Prova disso são as composições do Metrô-Rio que estão cada vez mais lotadas e fazem com que o usuário desse transporte enfrente diariamente uma verdadeira guerra para poder embarcar.
O motorista de ônibus da empresa Erig que faz o trajeto Cordovil – Praça Tiradentes, Antônio Gonçalves*, de 47 anos, diz que já foi agredido por passageiros que não queriam que ele continuasse parando nos pontos.
“Apesar do ônibus estar lotado, somos obrigados a parar em todos os pontos, mas os passageiros que estão dentro da condução não entendem isso. Além do mais, se nós não paramos, aqueles que estão esperando o ônibus reclamam e até nos denunciam para a empresa”, afirma o motorista.
* Nome fictício
Débora Rodrigues • 5º período • Jornalismo Digital
0 comentário em “Desconforto: sinônimo de transporte coletivo”