A edição de 2024 do Rock In Rio chegou ao fim no último domingo (22), comemorando 40 anos de história com nomes como Alcione, Katy Perry, Mariah Carey, Shawn Mendes, Ivete Sangalo, entre outros. Ao longo de todos esses anos aconteceram 24 edições entre Brasil, Portugal, Espanha e Estados Unidos, e mais de quatro mil artistas se apresentaram nos palcos do festival e milhões de fãs passaram pela Cidade do Rock. Idealizado pelo empresário Roberto Medina, o evento se tornou o maior festival de música do mundo e mudou o entretenimento brasileiro, sendo declarado patrimônio cultural imaterial do Rio de Janeiro.
O ano era 1985, quando o Brasil se tornou palco da música por 10 dias, sendo o primeiro país da América Latina a sediar um evento de música deste porte, e colocando definitivamente o país no circuito da música. Na sua primeira edição, o festival reuniu mais de um milhão de pessoas em volta do maior palco da época, com 80 metros de boca de cena, para assistir Queen, Barão Vermelho, Iron Maiden, Ney Matogrosso e outros artistas.
Uma das partes mais importante do espetáculo desde da primeira edição foi o público, que sempre marcou presença e protagonizou lindos corais como no histórico “Love My Life”. Assim como o público faz parte da história do festival, o evento também está marcado na história de muitos brasileiros, como é o caso do empresário José Carlos Miranda, de 61 anos, que esteve presente na edição histórica e guarda na memória daquele dia até hoje.
“Eu nunca tinha visto um palco tão grande, um espaço tão imenso, foi algo que chocou, para quem já estava acostumado a alguns shows em clubes. Eu tinha ido com vários amigos, então todos ficaram espantados, deslumbrados, foi uma coisa muito, muito emocionante,” recorda o empresário.




Um dos ápices da noite foi assistir ao show do Queen, onde ele destaca o momento da performance de “We Are The Champions”, uma de suas músicas favoritas até hoje. Depois do show memorável, José Carlos lembra ainda que foi esquecido pelos amigos no festival. Apesar do “incidente”, ele fala que a experiência foi algo inenarrável.
O contabilista José Luis Tenuto, de 58 anos, apesar de ter garantido o ingresso da primeira edição, não conseguiu ir por conta de uma infecção, mas foi nas duas edições seguintes, sendo a sua última a mais memorável, com o show do Iron Maiden, banda por quem é apaixonado. Ele recorda que o show foi cinco dias antes da sua filha nascer, e que conversava sempre com a barriga da esposa pedindo para que ela o deixasse ir no festival.
Sobre o show, ele lembra o quão próximo ficou do palco e diz que tem certeza que está na capa do álbum gravado nesse dia, mas que até hoje não se encontrou. “Eu quase fui parar em cima do palco, fiquei sem ar. Ficava apoiando nos caras do lado, porque eu fui sozinho, para tentar respirar, meu óculos embaçava. Nossa senhora, que show, que coisa maravilhosa, não esqueço até hoje. 2001 é um ano marcante para mim com o Rock In Rio e o nascimento da minha filha”.

Ao contrário do contabilista, a criadora de conteúdo Tabatha de Lacerda, 32 anos, teve a sua primeira participação em 2001 e desde então esteve presente em todas edições que teve no Rio. A mais marcante, no entanto, continua sendo a sua primeira participação apesar da pouca idade, oito anos na época. A pequena Tabatha estava ansiosa para ver assistir as performances de Sandy e Junior e Britney Spears, mas além de assisti-los, ela teve a oportunidade de conhecer os artistas pessoalmente.
Após vencer uma promoção da rádio, participou de uma sessão de meet and greet com Britney Spears, NSYNC e Aaron Carter. Tabatha recorda que devia ser a mais nova do lugar que estava repleto de fãs da cantora pop, em sua maioria adolescentes. Muitos haviam levado presentes para a cantora, mas ela não, quando o pai deu uma ideia inusitada.
“Meu pai falou, “dá um autógrafo seu para ela”. Na época, concordei, melhor do que nada. Assinei o papel, literalmente só com o meu nome, e meu pai falou “chega lá e fala, “this is mine” (“esse é meu”)”. Peguei e entreguei meu autógrafo para ela, que com certeza não entendeu nada. Cheguei para ela e falei, “this is mine”. Ela agradeceu, foi uma fofa”.


Quem também sempre marca presença na Cidade do Rock desde 2015 é a analista de dados Natália Nunes, de 26 anos. Em 2019, um dos shows mais marcantes foi o da cantora P!NK. “Costumo brincar dizendo que 2019 foi meu primeiro Rock In Rio de verdade, pois fui com um grupo de amigos, e aconteceu de tudo. Participamos de várias ações, andamos por toda cidade do Rock e fizemos tudo que era possível”, relembra.

O Rock In Rio também é sobre a experiência que o público vivencia além dos shows, com várias atividades. Mas há quem deseje chegar só mais próximo do show, como é o caso de Giovanna Carvalho, 28 anos, gerente de estratégia e projetos internacionais. Atualmente a carioca vive em Portugal, e esteve presente na edição que marcou os 20 anos do festival em Lisboa este ano, que tinha como um dos headliners a banda Jonas Brothers.
Antes de ir para a Cidade do Rock, decidiu aproveitar um pouco a cidade, sem imaginar as surpresas que estavam por vir naquele dia. A jovem simplesmente encontrou Joe Jonas, membro da banda, sentado em um bar brasileiro assistindo a um jogo de futebol, horas antes de subir no palco do festival.
“Eu entrei no bar fingindo a plena”, ela brinca. “Peguei uma cerveja, fiquei conversando com uns amigos na frente dele como se ele não existisse ali. Eu nem estava ligando para uma foto, só aquele momento que eu estava vivendo ali. Bebendo cerveja, até brindamos de longe, assistindo jogo e vibrando juntos com o gol de Portugal. Super gente como a gente.”
Depois de uns quarenta minutos, quando ele se levantou, foi a oportunidade para pedir uma foto, que o próprio Joe fez. Depois de realizar o sonho de conhecer um dos seus ídolos, pôde assistir ao show da sua banda favorita depois de longos anos como os principais artistas da noite do Rock in Rio Lisboa.

O festival, ao longo de todos esses anos, criou essas e tantas outras memórias, realizando sonhos, shows marcantes, encontros de amigos, pedidos de casamentos e outras lembranças que ficam marcadas de quem passa pela Cidade do Rock.
Foto de capa: Divulgação/Rock In Rio
Reportagem de Nathalia Bittencourt, com edição de texto de João Agner
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