Comunicação Evento

SECOM 2024: Thaisa Coelho fala sobre o combate a fake news na era digital

A head de produto do G1 discute a importância da verificação de fatos, inteligências artificiais e estratégias para combater a desinformação

Nessa era digital, a disseminação de fake news se tornou muito mais fácil. No segundo dia da Semana da Comunicação (SECOM), a jornalista Thaisa Coelho, Head de Produto do G1, compartilhou na palestra “Fato ou fake? Como sobreviver na era da desinformação?” a importância do papel do jornalista na verificação dos fatos e na entrega de informações precisas ao público.

Thaisa é jornalista, pós-graduada em economia e marketing digital. Ao longo da carreira, atuou como editora do Jornal Nacional e editora-chefe do RJTV, e liderou a Globo.com. Hoje, é head de produtos digitais de notícias da Globo, sendo responsável pela estratégia de negócio, tecnologia e evolução da experiência do G1.

Thaisa Coelho é convidada pela SECOM da Universidade Veiga de Almeida para debater sobre a disseminação de fake news. (Foto: Juliana Abrantes/Nfoto)

Durante o bate papo, a jornalista explicou sobre a complexidade da criação de fake news, onde, muitas das vezes, envolve um preparo e um estudo por parte de quem dissemina. “Não é uma criação amadora. É feita com muito preparo, exatamente aquilo que vai causar polêmica, e envolve um estudo aprofundado de sociologia, antropologia e psicologia para entender quais notícias falsas serão mais eficazes”, afirma.

Notícias falsas são uma forma de imprensa marrom caracterizada pela distribuição deliberada de desinformação ou boatos através de jornais impressos, televisão, rádio, ou plataformas online, incluindo as mídias sociais.

Thaisa aborda a problemática das das fake news nas eleições e em situações de crise, como as enchentes no Rio Grande do Sul, além da falta de regulamentação por parte das empresas e plataformas de redes socais.

“Durante as enchentes no RS, circulou uma fake news dizendo que o governo estava impedindo caminhões de doações. É preciso uma regulação das plataformas de tecnologia, hoje temos sistemas que incentivam a geração de fake news e absurdos, porque esses conteúdos atraem mais atenção, engajamento e retorno financeiro”, conta.

Para combater essa ameaça, Coelho enfatiza a importância da checagem de fatos e fala sobre o “Fato ou Fake”, serviço de verificação de fatos do Grupo Globo lançado em 2018, que tem como objetivo esclarecer conteúdos duvidosos disseminados em redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas.

“O Fato ou Fake, uma marca que fazemos em parceria com outros veículos do consórcio do Grupo Globo, é um exemplo de como combatemos a desinformação. Existem várias formas de apurar fake news, quando a notícia falsa é gerada por meio de uma imagem, procuramos a sua origem para verificar a veracidade”, explica.

Thaisa também avalia o impacto da inteligência artificial (IA) na propagação de fake news. A IA generativa facilita a criação de mentiras, especialmente em áudio, o que representa um grande desafio para distinguir vozes. Esse avanço tecnológico amplia o alcance e a sofisticação das fake news, tornando essencial que jornalistas e especialistas em tecnologia trabalhem juntos para desenvolver métodos eficazes de detecção e prevenção.

“Com as tecnologias atuais, é possível replicar a voz de qualquer pessoa com uma precisão impressionante, tornando mais difícil para o público identificar a autenticidade das declarações”, afirma.

No entanto, Thaisa acredita que não devemos “demonizar” a IA. Para a jornalista, é preciso saber conhecer a inteligência artificial e aprender os benefícios que as plataformas tecnológicas oferecem.

“É possível utilizar a inteligência artificial de várias maneiras. Podemos usar a IA para analisar e resumir conteúdos para a produção de matérias, e até mesmo criar vídeos a partir de textos. A chave está em usar a IA de forma responsável e ética”, declara.

Foto de capa: Juliana Abrantes/Nfoto

Reportagem de Mariana Motta, com edição de texto de João Agner

LEIA TAMBÉM: Google desembolsa mais de R$600 mil em publicidade contra PL das Fake News

LEIA TAMBÉM: Infodemia: as redes sociais e a pandemia das ‘fake news’

2 comentários em “SECOM 2024: Thaisa Coelho fala sobre o combate a fake news na era digital