Na última quarta-feira (22), o campus Tijuca da Universidade Veiga de Almeida (UVA) sediou o 3º Prêmio Universitário de Jornalismo, destacando a Agência UVA, laboratório com duas décadas de reconhecimento na instituição. O evento teve início com o bate-papo entre os jornalistas Vinícius Lisboa, Coordenador da sucursal Rio da Agência Brasil, e Alessandra Saraiva, Coordenadora Digital do Valor Econômico, que compartilharam insights sobre o cotidiano em agências de notícias.
Alessandra iniciou a discussão descrevendo a rotina agitada:
“Um dia você está cobrindo um tiroteio na Rocinha, e no dia seguinte você está almoçando com o ministro da Fazenda no Hotel Hilton. É importante ter jogo de cintura para se adaptar a todo tipo de pauta”, disse. “Em redação, a gente até tem uma programação de cobertura, mas, muitas vezes, algum assunto atropela”, explicou.
Os dois jornalistas reforçaram a importância do jogo de cintura e da especialização, ressaltando que, apesar da imprevisibilidade, a busca por análises e apuração mais aprofundada é fundamental em qualquer editoria. “Por isso, acompanhar o noticiário em sua editoria de especialidade é fundamental”, disse Vinícius.
Alessandra compartilhou um vídeo de uma situação complicada durante um anúncio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para evitar que um veículo “furasse” o outro na ocasião do anúncio na sede do instituto, todos os repórteres recebiam os indicadores macroeconômicos a serem divulgados com as páginas viradas para baixo. “Todos que estavam cobrindo o evento aguardavam a hora exata para virar a página e passar a informação por telefone para a redação. Mas tínhamos ali muitos índices complicados que o repórter precisa de tempo para entender. Imaginem a pressão”, revelou.
Vinícius Lisboa abordou o processo do desenvolvimento das pautas na Agência Brasil, destacando a importância da revisão antes da publicação. Ele observou:
“Quando você trabalha em uma agência de notícias, seu conteúdo pode ser replicado por muitos sites e jornais. Além do cuidado com a informação e a credibilidade, o repórter tem que ter atenção extrema ao seu texto final porque nem sempre teremos alguém para reler e atualizar este material”, disse.
Ele explicou que a Agência Brasil, como integrante da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), ligada ao Governo Federal, distribui seus conteúdos gratuitamente para veículos grandes e pequenos de todo Brasil. “É muito gratificante ver sua reportagem sendo publicada nos veículos”, disse ele. “Mas também algo de muita responsabilidade”.
Alessandra deu dicas sobre o início na profissão de jornalista. “Sei que o início não é fácil, mas persistam. Aproveitem os projetos e as oportunidades dentro da universidade, estagiem o quanto antes. Usem o TikTok para conhecer um assunto, mas não fiquem só no vídeo. Aprofundem, estudem, leiam muito”, reforçou a jornalista.
Os palestrantes responderam perguntas dos estudantes e dos professores, oferecendo conselhos práticos, como a utilização estratégica das redes sociais para mapear temas relevantes. Também discutiram o quanto o jornalista não será, em suas opiniões, substituído pela inteligência artificial.
“Temos emoções e os robôs não”, disse Alessandra. “Os robôs até podem fazer um conteúdo básico, mas um material exclusivo, a partir da reportagem, não”, completou Vinícius.
Foto de capa: NFoto
Reportagem de Pedro Turteltaub e Daniela Oliveira, com edição de texto de Daniela Oliveira
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Aprendendo muito na minha próxima profissão!!