“Velozes e Furiosos 10” se apoia na ludicidade e em cenas extravagantes e irrealistas

O sucesso da franquia “Velozes e Furiosos” é indiscutível. Posicionada como a oitava maior franquia da história, com arrecadamento de mais de US$ 6 bilhões, o que se iniciou como apenas um filme em 2001, hoje, se torna uma tetralogia, sem contar em dois spin-offs. Vin Diesel retorna como o corredor Dominic Toretto em “Velozes e Furiosos 10”, mais novo lançamento da Universal Studios, que faz sua estreia nesta quinta-feira (17), nos cinemas de todo o País.

O novo filme tem ligação direta com a quinta parte da franquia, situada em grande parte no Rio de Janeiro, que resultou na morte de Hernan Reyes. Em “Velozes 10”, o vilão do filme é filho de Hernan, com uma sede de vingança insaciável para destruir a vida de Dominic. Jason Momoa interpreta o antagonista caricato, sádico e desconstruído Dante, que traz humor em meio a sua vilania, mesmo que não seja a combinação perfeita em alguns momentos.

A grande motivação do filme está nos esforços de Dominic para proteger sua família, principalmente seu filho. Tal motif, repetido exaustivamente durante o longa, é o que guia não apenas o protagonista mas toda sua equipe, que se unem para combater a grande ameaça que a Agência representa para seu coletivo. Nesse longa, os personagens se encontram divididos em Roma, Londres, Portugal, Rio de Janeiro e até Antártica. O grande elenco tem nomes já conhecidos na franquia e outros novos, como Michelle Rodriguez, Tyrese Gibson, Ludacris, Sung Kang, Charlize Theron, Jason Statham, John Cena e Brie Larson.

Em certo momento, talvez o mais aguardado pelos fãs brasileiros, os personagens chegam a um Rio de Janeiro quase utópico, que parece ser resumido à Praia de Copacabana, favelas, mulheres de biquíni e um uso livre de armas, onde todos aparentam falar inglês claramente. Até a cantora Ludmilla desfila para dar a largada numa corrida de carros, embalada por uma trilha sonora que acompanha as cenas noturnas cariocas – curiosamente, a trilha tem clássicos cantados em espanhol, como “Gasolina”, de Daddy Yankee. Só algumas cenas depois que uma canção de funk feita por Ludmilla especialmente para o filme toma conta.

A película abusa das grandes pirotecnias, efeitos especiais e computação gráfica nas extensas cenas de perseguições e missões da equipe, que tomam grande parte das 2h21min pelas quais o longa se estende. São certamente os pontos altos do filme, onde os diálogos são mínimos, e a ação toma conta. O trabalho de Louis Leterrier (“Truque de Mestre”, “O Incrível Hulk”) na direção remete a interfaces de videogames de corrida, o que deve ser atrativo para o público alvo da obra.

“Velozes e Furiosos” é uma franquia que almeja o divertimento a qualquer custo, mesmo abrindo mão de noções lógicas do espaço-tempo e física, e não seria diferente com o novo filme. O final em aberto e duas cenas pós créditos criam expectativas para o décimo primeiro filme da franquia, com lançamento previsto para 2025, e seu décimo segundo. Segundo Vin Diesel, o longa pode ser o início de uma trilogia interna, por considerar trazer um grande arco que precisa ser contado em três partes.

Confira o trailer de “Velozes e Furiosos 10”, que chega quinta (18) nos cinemas: