A escola de samba Imperatriz Leopoldinense, do bairro de Ramos, no subúrbio do Rio de Janeiro, foi o grande destaque da folia deste ano e, mesmo já pensando em 2024, segue promovendo eventos de comemoração por seu campeonato, pelo menos, até abril.
Não é para menos: com um enredo sobre a história de Lampião, nomeado Rei do Cangaço, a escola obteve 269,8 pontos e se tornou campeã do Carnaval de 2023, após longos 22 anos sem vencer. Conhecida como “a certinha de Ramos”, a agremiação fez jus ao apelido, conquistando, assim, seu nono título.
E, para contar a história de Lampião e suas batalhas, a escola teve, ao todo, 24 alas, cinco carros alegóricos, dois tripés e 3 mil componentes. A professora de Português Luciana de Souza, 55, já desfila pela Imperatriz há 26 anos e afirma que a vitória se deve ao desenvolvimento de um bom enredo e a uma boa gestão, além de “muita garra e união da comunidade”. A docente, também, conta que, ao encerramento da apresentação, sentiu uma boa energia.
“Tínhamos certeza de que fizemos um bom desfile! A vitória foi uma consequência de todo o nosso esforço”, declara a integrante.
Já dona Vera Lucia, 75, é componente da velha guarda com 55 anos de escola. Ela esteve presente durante os altos e baixos da escola e conta que o rebaixamento para o Grupo de Acesso, em 2019, foi muito difícil, mas a comunidade não deixou de acreditar que era possível ver a Imperatriz brilhar como campeã novamente. Ela relata que ver sua escola no topo de novo foi incrível.
“Senti que foi um renascimento para toda escola. Caímos e aprendemos; voltamos igual uma Fênix!”, celebra Vera.
E não foi apenas o rebaixamento que abalou o moral da Imperatriz. Laryssa Victoria, segunda porta-bandeira, conta que a saída e posterior morte do Patrono Luizinho Drumond, seguida de críticas de pessoas do meio do samba também afetou os membros da escola. Para ela, a vitória veio para trazer de volta o brilho no olhar de cada componente, cada torcedor. Laryssa conta que ver sua escola ganhando o título do carnaval 2023 gerou um misto de sentimentos.
“Sensação de alívio e dever cumprido, pois, foi um Carnaval muito difícil”, ela descreve.
Para o parceiro de Laryssa, Marcos Ferreira, a palavra que define o Carnaval de 2023 para escola, após tantos percalços, é “superação”. O segundo-mestre sala afirma que o título é consequência de um conjunto de escolhas certas e do fortalecimento da Imperatriz junto à comunidade. Marcos, ainda, revela que é até difícil lembrar com precisão do momento da conquista do título.
“Em meio a todo barulho da quadra, eu só escutava o meu coração bater forte. Quando saiu a nota final, minha adrenalina explodiu e não lembro de mais nada, foi incrível!”, ele descreve.
Foto de capa: Fernando Frazão/Agência Brasil
Reportagem de Rochelle Dantas, com edição de texto de Daniel Deroza.
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