A Covid-19 no Brasil já ceifou mais de meio milhão de vidas. São mais de 500 mil pessoas que não retornaram para suas casas, suas famílias, suas vidas. A pandemia não passou e suas consequências perduram para inúmeras famílias que perderam seus entes queridos. Pensamentos positivos, lembranças boas e a união à religião foram formas que esses familiares encontraram, na tentativa de amenizar e criar forças para lidar com a dor da saudade e dos anseios do futuro sem essa pessoa querida.
Em meio ao contexto de políticas negacionistas à ciência e de poucas medidas efetivas contra a propagação do vírus, encontra-se a revolta das famílias das vítimas do Covid. “Penso que se grande parte da população já tivesse sido vacinada poderia ter evitado muitas mortes, e talvez do meu tio e da minha prima também”, lamenta a jovem de 14 anos, Marcella Mattos.
Trabalhar na linha de frente do Covid-19 poderia ser considerado um sinônimo de estar em contato diário com o sofrimento intenso dos pacientes, familiares e demais membros da equipe. “Nos comove e ficamos sensibilizados, mesmo que para o trabalho ético do profissional de psicologia, seja fundamental separar a vida pessoal e a profissional”, confessa a neuropsicologista clínica que trabalha na área hospitalar desde 2007, Lucimar Freitas de Amorim.
Ver pessoas que perderam inúmeros membros da mesma família, acompanhar mães que perderam os filhos e companheiros foram momentos marcantes e angustiantes para ela. “Nos preocupamos muito com as famílias, que inúmeras vezes se sentem mais ansiosas e angustiadas do que o próprio paciente, pois o paciente sente que está em um local seguro, sendo cuidado por toda a equipe as 24 horas do dia, já os familiares têm muitas dificuldades para compreender o que se passa no local onde o paciente está e eles não”, revela Lucimar.
Nelma Vieira Campos, que perdeu o sobrinho de 34 anos para o Covid-19, conta que o vírus afetou a família toda. A mãe e a avó tinham sido vacinadas, mas o sobrinho, Welington Campos, ou Nenê, como era conhecido na família, não estava vacinado. “Descrever a dor…não há como”, lamenta ela.
Sentimentos de choque, de vazio, tristeza, ansiedade, impotência e preocupação com os familiares são relatados por quem recebe a notícia da morte por Coronavírus. Christian Viana de Souza, de 20 anos, relata que muita coisa mudou em sua família depois que o pai morreu: “Minha mãe ficou muito fragilizada e minha irmã, que é autista, creio que não consegue compreender muito esses conceitos. Ela ainda chama bastante pelo meu pai. Querendo ou não, fico triste por elas e com saudade dele também”.
Para que mais pessoas não tenham que passar por isso, é preciso atender às medidas científicas, ficar atento às informações verdadeiras, ter amor à própria vida e à dos outros também. Autocuidado, amor, ciência, máscara no rosto, distanciamento e vacina são as palavras-chaves do momento e a solução para esse pesadelo, que é a pandemia do Covid-19.
Isabella Caneschi – 3º período
Parabéns pela publicação de sua matéria, Isabella. Bjs!
Obrigada, Maristela Fittipaldi. Bjs!
Parabéns minha filha Isabella pela matéria! Isso demonstra seu senso de responsabilidade e sua sensibilidade neste momento tão delicado com as vítimas e os familiares desta pandemia. Te amo filha!!! Sucessos!!!
Isabella, gostei muito da matéria e da forma como você relatou as experiências de pessoas que vivenciaram e convivem com a dor inexplicável da perda.
Mais uma vez expondo seu talento ! Parabéns Isabella! Você é show! Continue firme!