Eleger o caminho profissional a seguir não é tarefa fácil. Uma pesquisa feita pelo Portal Educacional com quase 2 mil adolescentes estudantes de Ensino Médio apontou que 54% dos alunos ainda não decidiram qual carreira querem seguir. Uma situação que acaba por se refletir no aumento do número de trancamento de matrículas em faculdades, seja por troca de curso ou desistência.
O estudante do 3° ano do Ensino Médio, Gabriel Rodrigues Gomes, de 17 anos, aluno do PENSI, é um desses jovens indecisos. Ele pensa na possibilidade de fazer Farmácia ou Engenharia Química, pois gosta de Matemática e Química na escola e seus pais são engenheiros. Além disso, ele gostou de conversar com pais de amigos engenheiros também. Para ajudar os estudantes na escolha, a escola em que Gabriel estuda chegou a oferecer uma turma de teste vocacional para os alunos, porém sem sucesso. “Eu fiz um tempo, mas não achei bom nem me ajudou”, afirma.
A mesma dúvida paira sobre a cabeça de Pedro de Carvalho Barbosa, de 16 anos, também estudante do colégio PENSI. “Sei mais ou menos o que quero. Estou pensando em atuar no setor financeiro de empresas ou na bolsa, pois minha mãe trabalha com isso e meu tio é professor de Matemática. É de família e eu também gosto”.
E não é só habilidade matemática que vem da família, mas também as pressões por parte dos pais. Assim como Pedro, muitos jovens são pressionados pelos pais para escolher suas carreiras, o que, para um jovem tão novo, pode acabar atropelando suas vontades com os interesses e desejos dos próprios pais.
É assim que enxerga Anderson Francisco de Andrada, professor de Geografia há 16 anos. “Uns são mais maduros que outros, mas a pressão por parte dos pais nas escolhas dos alunos é evidente”. Para ele, o conjunto deve ajudar os alunos a escolher seus caminhos, ou seja, pais, escola, professor, amigos. Porém, a interferência hoje é muito clara, e são poucos os alunos que têm uma boa cabeça para bancar suas vontades sem depender da autorização dos pais.
Psicólogo com mestrado em sexologia humana e especialista em Psicologia Clínica, Arnaldo Risman resume bem essa interferência externa tão conturbada que o jovem vive. “É forte dizer que o jovem sabe o que quer. Não se pode esperar que um adolescente com seus 16 anos tenha noção e maturidade de suas escolhas, até pelo ponto de vista biológico, à medida que cada vez mais vemos na psicologia que há o prolongamento da fase da adolescência”.
Arnaldo continua: “O jovem pode acabar sendo influenciado pela vontade dos pais, pois vê o orgulho deles quando segue seus conselhos, apesar de, às vezes, dizerem que os pais hoje em dia dão total liberdade de escolha”. O psicólogo defende que sistemas estrangeiros deveriam servir de inspiração, como ocorre, por exemplo, em países como Israel, no qual, após a graduação, o aluno se joga no mundo e vive outras experiências, o que dá maturidade ao indivíduo.
Paulo Gabriel Beskow – 3º período
Parabéns, Paulo. Bjs!
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