A pandemia do novo Coronavírus teve início em março de 2020 e, desde então, causou um grande impacto no mercado de trabalho. Com muitas empresas cortando gastos, houve uma alta na taxa de desemprego que se reflete até os dias de hoje. Como resultado, muitos estudantes universitários deixaram de lado a graduação no Ensino Superior privado, com o receio de não conseguirem quitar as mensalidades. A consequência tem sido a queda nas matrículas das universidades privadas.
Achilles Busanello, 23 anos, estudante de Direito, trancou a matrícula na faculdade por não conseguir arcar com as despesas. Depois de perder seu emprego em um escritório, ele não teve outra escolha. “Fiquei sem emprego e as contas não pararam de chegar, até que tive que escolher entre pagar meu aluguel ou a faculdade. Aí percebi que precisava deixa o curso, pelo menos por enquanto”, lamenta.

Foto: Arquivo Pessoal
Uma pesquisa realizada pelo site CNN Brasil, confirma que o fato de a pandemia afetar o emprego se torna um dos principais fatores na decisão de deixar os estudos para 60% dos entrevistados. Quando se fala em dificuldades de arcar com os custos, pesa para 22%. Por fim, somente 8% desistiram porque o curso não implantou o sistema de ensino à distância.
Para Aurora Barboza, 22 anos e estudante de Administração, o sistema remoto teve apenas uma vantagem. “Por morar em outra cidade, ir à faculdade sempre saiu mais caro porque gastava muito com transporte, eram dois ônibus para ir e dois para voltar, fora a mensalidade do meu curso”. Mas Aurora diz que como seu computador quebrou e ela assiste às aulas pelo celular durante a semana, acompanhar o conteúdo segue sendo um desafio.

Foto: Arquivo Pessoal
Nem conseguem vencer as dificuldades. A Associação Profissional das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo aponta dados em uma pesquisa realizada em outubro de 2020, mostrando que 608 mil alunos trancaram ou desistiram do ensino superior no primeiro semestre do mesmo ano, evidenciando uma taxa de evasão de 10,1%.
As áreas que tiveram maior evasão durante a pandemia, segundo a Associação, foram de Sociais Aplicadas, como Contabilidade, Publicidade e Propaganda e Administração, seguindo para a área de Engenharias e, em seguida, TI. Esses números foram obtidos por um levantamento realizado com 53 instituições particulares de ensino superior, sendo a maior parte delas de porte pequeno, atendendo até sete mil alunos.
A professora universitária do curso de Economia, Simone Freire, diz que essa queda nas inscrições de cursos da Educação Superior é um breve impacto da pandemia no Brasil, e que esses números de evasão podem aumentar. “Isso pode virar um efeito dominó, tornando a mão de obra bem escassa, gerando trabalhadores desqualificados”, aponta.
Contudo, apesar da autorização dada em setembro de 2020 pelo Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-RJ) para a volta às aulas presenciais nas universidades privadas, ainda é cedo demais para dizer quando as aulas presenciais voltam. Algumas instituições já implantaram o sistema híbrido, como os cursos da área da Saúde, usando laboratórios e consultórios.
Marina Alves – 3º período
Parabéns, Marina! Bjs!