Da sala de aula

Retomada dos aeroportos

Volta da movimentação vem ocorrendo gradativamente, com o avanço da vacinação em massa em todo o mundo

O mundo ainda enfrenta as consequências da pandemia do Coronavírus, mas a retomada dos serviços de transporte aéreo vem ocorrendo gradativamente, com os protocolos da OMS a serem seguidos e a busca por segurança para todos. Na América do Sul, segundo o Levamento do site Flight Radar 24, o número dos voos despencou para 80%. Já no Brasil, a queda chegou à casa dos 90%, um dos quadros mais graves.

Um levantamento feito pela Secretaria Nacional de Aviação Civil do Ministério do Ministério da Infraestrutura, no período de 01 de janeiro a 17 de abril de 2020, informa que no cenário pré-Covid 19, a expectativa de oferta de assentos disponíveis era de aproximadamente 9,5 milhões, para o mês de abril de 2020, com 403 rotas em operação. Já no cenário pós-covid 19, percebe-se uma significativa redução de rotas em operação (116) e assentos ofertados (803.044), com forte impacto na prestação do serviço de transporte aéreo nacional, especialmente em razão da redução de mais de 70% de rotas em operação.

Atualmente, o número de voos em todo o mundo já é mais expressivo na maioria dos países. A vacinação em massa e os protocolos ajudaram a aumentar os números de aeronaves disponíveis. Mas o setor ainda sofre. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, de acordo com a Authoring Tool Accessibility Guidelines (ATAG), a queda no número de voos mundiais, em abril de 2020, quando o número de casos da COVID-19 aumentou em todo o mundo, chegou em 94,4% em comparação com o mesmo período de 2019.

Para além das empresas aéreas, os aeroportos também têm enfrentado desafios em razão da pandemia. Em 30 de abril, o Conselho Internacional dos Aeroportos (ACI) World e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) reuniram-se para pedir aos governos que concedam rapidamente alívio financeiro para ajudar as operadoras de aeroportos e as companhias aéreas durante a crise COVID-19 e apoiar a conectividade essencial que a indústria oferecerá para recuperação econômica. 

A situação atual da indústria global de transporte aéreo, segundo as entidades, pode comprometer milhões de empregos, pois o setor de aviação emprega 65,5 milhões em todo o mundo, incluindo 10,5 milhões de pessoas em aeroportos e companhias aéreas, além de apoiar US $ 2,7 trilhões em atividades econômicas mundiais.

No Brasil, os impactos da pandemia já afetam também os contratos de concessão aeroportuária. A queda expressiva da demanda, com a respectiva perda de receitas tarifárias e comerciais, além daquelas de caráter acessório, juntamente com a paralisação de serviços e a escassez de produtos, variações inesperadas nas taxas de câmbio, são alguns exemplos que ilustram o cenário desafiador em que se encontram as concessionárias aeroportuárias.

Hoje, com o aumento no número de voos e passageiros, as concessionárias e os aeroportos vão mantendo o número melhor e com esperança de dias melhores. Raphael Melo, Economista, de 54 anos, fala sobre o futuro da economia nos aeroportos tanto do Brasil quanto do mundo. “Basta dar continuidade aos serviços que, no tempo certo, se reinventando, vai voltando de pouco em pouco ao normal”.

O economista Raphael Melo acredita que aos poucos o setor deve se recuperar
Foto: Acervo Pessoal

A malha aérea nacional vem se mantendo em constância. No início da pandemia, a malha foi reduzida em 80% aproximadamente, e como há hoje um movimento maior nos aeroportos, principalmente de quem já está vacinado, a malha está maior e tenta atender à demanda de passageiros nos aeroportos do Brasil. Obviamente, a malha atual não é a comum, mas é bem promissora quando comparada à de abril do ano passado.

Aeroportos de vários estados receberam aportes financeiros. A lei 14.034 de 2020, publicada no dia 06 de agosto no Diário Oficial Da União, com medidas para ajudar o setor aeronáutico e aeroportuário a enfrentar os efeitos da pandemia de covid-19. O texto prevê amparo às companhias aéreas e às concessionárias de aeroportos por causa do novo coronavírus, disciplina o reembolso e a remarcação de passagens de voos cancelados durante a calamidade, regula o pagamento de tarifas e acaba com o adicional de embarque internacional.

O Planalto retirou do texto sancionado, por exemplo, trechos que permitiam que aeronautas (pilotos e comissários) e aeroviários (trabalhadores do aeroporto) que tiveram suspensão total ou redução de salários, devido à crise, pudessem fazer até seis saques mensais da conta do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Mesmo nesse período pandêmico, várias pessoas viajaram de avião e notaram várias diferenças em relação a dois anos atrás, por exemplo. Marcia Baptista dos Santos, vendedora autônoma de 51 anos, defende que os cuidados obrigatórios são essenciais para a segurança dos passageiros e de quem trabalha nos aeroportos. “São protocolos que ajudam no combate ao Coronavírus. A experiência comigo deu certo, e voltaria sim a viajar nesse momento”. Marcia apenas fez essa viagem no período, em setembro de 2020, para Porto Alegre.

Marcia Baptista defende os cuidados obrigatórios para viajar Foto: Acervo Pessoal

Com a Márcia, deu tudo certo na viagem de avião, mas com outras pessoas não foi dessa forma. Francisco de Assis, motorista particular de 52 anos, que viajou para Recife-PE em novembro de 2020, respondeu se viajaria novamente na pandemia. “Viajaria novamente somente vacinado, infelizmente testei positivo em Recife”. Francisco viajava frequentemente para a capital de Pernambuco, onde tem parentes, e esta foi a única viagem feita por ele nesse período também.

Francisco de Assis garante que só viajaria novamente depois de vacinado
Foto: Acervo Pessoal

Sobre a movimentação no aeroporto de Porto Alegre onde trabalha, Lucas de Paula Porto, de 21 Anos, destaca: “Houve sim uma queda brusca de passageiros. Sorte que o Aeroporto é gerido pela iniciativa privada. Caso não fosse, poderia acontecer o pior”. Lucas garante que se sente protegido com os protocolos. “Comigo não aconteceu nada dentro do aeroporto, e com quem eu conheço que trabalha também aqui a mesma coisa. Confio sim nos protocolos”. Ele viajou uma vez no período para Capão da Canoa, no litoral do Rio Grande Do Sul, onde diz que contraiu a Covid-19.

Balconista da Gol no Aeroporto Salgado Filho-POA, Lucas Porto se sente seguro com os protocolos adotados
Foto: Acervo Pessoal

A sensação de segurança experimentada por passageiros e trabalhadores de aeroportos é reflexo dos protocolos que os aeroportos impõem e garantem seguir. Yasmim Alves, infectologista de 29 anos, diz que os protocolos funcionam. “Se forem corretamente executados, eles são sim um freio contra o contágio do vírus”. Aeroportos de todo mundo seguem protocolos a favor da segurança de quem os frequenta. Hoje, é um setor vulnerável, que depende do fluxo de passageiros, e acredita que dias melhores virão, não só para o setor de aviação, mas para o mundo todo.

Yasmim Alves, infectologista, diz que, se executados corretamente, protocolos funcionam

Principais protocolos contra a COVID-19 impostos pelos grandes aeroportos

Uso da máscara em toda a viagem

Acessório essencial para a proteção contra o vírus, a máscara deve ser usada também em aeroportos e aeronaves. A utilização do item é uma garantia para a proteção do passageiro e dos demais viajantes, das pessoas que trabalham nos aeroportos e dos tripulantes. Todos devem usar máscaras e já chegar no aeroporto com a proteção, que pode ser de pano.

Check-in pela internet

A recomendação às empresas aéreas é para que garantam o distanciamento social mínimo de segurança de até 2 metros entre passageiros que precisam de atendimento no check-in de embarque no aeroporto. Mas a melhor recomendação para reduzir a exposição ao risco é a realização antecipada do check-In pela internet.

Álcool em gel

O álcool em gel é um dos produtos recomendados para a manutenção da higiene contra o contágio do COVID-19. A pessoa deve portar em todo o voo.

Distanciamento entre pessoas

Deve-se respeitar o distanciamento de no mínimo 2 metros para cada pessoa no intuito de frear a proliferação do vírus.

A listagem completa dos protocolos está em: https://www.anac.gov.br/coronavirus/passageiros/cuidados-ao-viajar

Juan Couto – 3º período

Agência UVA é a agência experimental integrada de notícias do Curso de Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida. Sua redação funciona na Rua Ibituruna 108, bloco B, sala 401, no campus Tijuca da UVA. Sua missão é contribuir para a formação de jornalistas com postura crítica, senso ético e consciente de sua responsabilidade social na defesa da liberdade de expressão.

1 comentário em “Retomada dos aeroportos

  1. Maristela Fittipaldi

    Parabéns, Juan! Bjs!

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