Da sala de aula

O impacto do novo Coronavírus nas universidades privadas

A pandemia resultou em uma nova realidade para alunos e professores, na qual a interação passou a ser em casa e remotamente

As casas se transformaram em salas de aula. Os monitores substituíram os quadros. Até as camas são utilizadas como cadeiras e mesas. Tudo por conta da nova pandemia do Coronavírus, que ainda é bastante sentida no solo brasileiro. Desde então, as universidade privadas tiveram que superar todas as dificuldades que a pandemia impôs, para continuarem com o objetivo de educar seus alunos. Fecharam seus campi e, desde então, as aulas e interações são realizadas de maneira remota, como se todos os cursos fossem remodelados para o estilo das matérias virtualizadas.

Os desafios desta nova realidade não são fáceis, muito por conta dos problemas financeiros e emocionais. A assessoria da Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp) informa que 1 milhão de alunos deixaram de entrar em faculdades privadas no início deste ano, representando uma redução de 30% em relação ao ano passado. A queda do número de alunos pode ser justificada por dois motivos: a falta de definição sobre o modelo de aulas e a impossibilidade de usar as notas do último exame do Enem.

Rosiléa Amatto, coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Veiga de Almeida, expõe sua visão sobre como a educação se encontra neste atual cenário. “A educação se fortaleceu. Consolidou a perspectiva de que mesmo diante da adversidade, somos capazes de nos adaptar e ir além, aprendendo, criando e inovando”.

Coordenadora Rosiléa dando uma aula virtual
Foto: Acervo Pessoal

Muitos alunos também paralisaram a faculdade para economizar na mensalidade. Pesquisas apontam que o número de matrículas de meio de ano deverá cair 70%, sendo que de 625 mil novos alunos previstos, apenas 180 mil devem de fato entrar na faculdade.

“A pandemia também afetou o lado financeiro. Deixou tudo bem apertado na saúde e economia. E todos estamos no mesmo barco. Afeta a todos”, relata Bruno Rodrigues, estudante de 21 anos, que está no quarto período de Computação na Universidade Veiga de Almeida. O universitário ainda expôs a possibilidade de deixar a faculdade por conta dessa situação. “Ainda penso vagamente. Uma redução, nem que seja pouca, sobre a mensalidade seria algo muito bom”.

Bruno Rodrigues pondera a possibilidade de deixar a faculdade
Foto: Acervo Pessoal

As dificuldades são tantas que muitos brasileiros precisam sair de suas casas para trabalhar e estudar, o que tem consequências negativas por conta da pandemia. O número de contaminados pelo Coronavírus é grande no país, e mortes diárias continuam atingindo marcas consideráveis. Havia uma estimativa feita pela Semesp de que haveria mais alunos interessados em ingressar no Ensino Superior no segundo semestre desse ano, com um modelo mais ajustado e um controle maior sobre a pandemia. Mas os números registrados todos os dias pelos jornais e os relatos dos próprios alunos em relação às dificuldades encontradas nas aulas virtuais mostram que a situação ainda é crítica.

“A internet é a maior dificuldade, pois com muitas pessoas utilizando mais em casa por conta da pandemia, ela ficou oscilando. Ficou caindo muito”, relata Thiago Barberino, aluno de 22 anos, que está no segundo período de Administração da Faculdade do Senac. O universitário, além de dizer que a internet é um grande problema nesse período remoto, também opina em relação ao modelo de ensino realizado por sua universidade. “No início foi um pouco complicado, mas depois foi melhorando. Nem precisa de melhorar mais, minha faculdade está fazendo um ótimo trabalho”.

Thiago Barberino considera a internet a maior dificuldade
Foto: Acervo Pessoal

As universidades estão se movimentando, professores estão sendo vacinados, e muito em breve haverá um desfecho sobre como serão as aulas das faculdades privadas para os próximos períodos. O Ministério da Educação vem pregando cautela em relação ao assunto, na expectativa de que grande parte da população esteja apta e vacinada para esta volta presencial. Só resta aguardar.

Sobre educação nas universidades, porém, a coordenadora Rosiléa dá sua opinião a respeito do que se pode fazer para melhorar ainda mais o sistema de ensino, visando os próximos anos. “Investir em tecnologia; fortalecer o modelo híbrido; oferecer apoio tecnológico; pedagógico e emocional aos alunos e estimular por meio de metodologias ativas a autonomia e protagonismo discente”.

Bismark Alves – 3º período

Agência UVA é a agência experimental integrada de notícias do Curso de Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida. Sua redação funciona na Rua Ibituruna 108, bloco B, sala 401, no campus Tijuca da UVA. Sua missão é contribuir para a formação de jornalistas com postura crítica, senso ético e consciente de sua responsabilidade social na defesa da liberdade de expressão.

1 comentário em “O impacto do novo Coronavírus nas universidades privadas

  1. Maristela Fittipaldi

    Parabéns, Bismark! Bjs!

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