Com o sucesso no universo cinematográfico, a Marvel decidiu ampliar suas histórias para o mundo dos games. Após o belo jogo do “Marvel’s Spider-Man”, lançado em 2018, que se tornou o jogo de super-herói mais vendido dos últimos 15 anos, a casa das ideias decidiu investir no seu carro-chefe: os Vingadores. Apesar da alta expectativa dos fãs, o jogo do principal grupo de super-heróis da Marvel possui falhas, mas que podem ser corrigidas com pequenos ajustes.
O jogo teve anúncio em 2017, intitulado “The Avengers Project” (O Projeto Vingadores) e dois anos depois mudou para “Marvel’s Avengers”. Desenvolvido pela Crystal Dynamics e publicado pela Square Enix, o primeiro trailer do jogo recebeu diversas críticas negativas a respeito da parte gráfica. A Crystal observou as mensagens dos fãs, e as gameplays seguintes, vídeos em que é possível saber como é o jogo, apresentaram um melhor visual.
O game tinha previsão de lançamento para 15 de maio de 2020, mas acabou sendo adiado para 4 de setembro do mesmo ano. Segundo a Crystal Dynamics, o objetivo era focar no desenvolvimento e aprimoramento do jogo. Vale ressaltar que a empresa é conhecido pela trilogia “Tomb Raider” e, “Marvel’s Avengers”, é a maior produção desenvolvida pela companhia.
O enredo do jogo é um tópico interessante. Tudo se inicia no Dia-A, uma data em celebração aos vingadores, mas que acaba se tornando uma tragédia após um elemento misterioso, que estava dentro de um aeroporta-aviões, entrar em instabilidade e causar mortes e destruições em São Francisco. Os vingadores foram responsabilizados pelo evento e se separaram. O acidente, causado pela explosão da substância “terrígeno”, acabou gerando poderes em civis.
Dessa forma, as indústrias Stark entram em falência e uma nova empresa surge com a ideia de que a ciência resolverá os problemas da sociedade. Comandada pelo doutor George Tarleton, que mais tarde viria a se tornar o vilão MODOK, as ideias mecânicas avançadas (IMA) prometem uma cura para a “doença inumana”, termo utilizado para aqueles que ganharam poderes no Dia-A. A partir deste ponto, a jovem Kamala Khan, uma das afetadas no dia do acidente, se torna o ponto central do jogo. Ela é a responsável por reunir os vingadores novamente e descobrir as verdades por trás dos planos da IMA, que tinha o objetivo de roubar os poderes dos inumanos, para criar adaptóides que controlariam a sociedade.

Independentemente de a pessoa ser fã da Marvel ou leiga nas sagas da editora, a trama do jogo é cativante e divertida. Apresentando a Miss Marvel como peça chave da história, o jogo se desenvolve bem, mas poderia ser melhor aplicado caso a narrativa tivesse uma maior duração. Contudo, é interessante ver uma jovem reunir os vingadores de volta para a ação.
As brigas e desavenças que acontecem ao longo do jogo ajudam a expor o clima ruim que ficou entre os heróis após o Dia-A. O vilão MODOK, que poucos conhecem, exibe uma evolução agradável e mostra motivos intrigantes para suas escolhas. Ainda é possível ver outros vilões clássicos da Marvel, como o Abominável e o Treinador. A interação dos personagens, principalmente, entre Kamala e Hulk, e Homem de Ferro e Capitão América, também é bem construída.
Em comparação com o jogo do Homem-Aranha, que apresenta uma série de pontos fortes, o jogo dos Vingadores tem algumas falhas. Apesar de possuir uma trama interessante, apresentando o vilão MODOK, desconhecido por grande parte do público, o jogo possui apenas 12 horas para concluir a campanha principal, enquanto o jogo do herói aracnídeo leva 20 horas. Esse foi um dos principais motivos da quantidade de comentários negativos que o jogo recebeu. Levando em conta toda a expectativa que foi criada, ter apenas 12 horas de modo campanha é algo que desanima o fã. No entanto, após o término do modo história, ainda é possível realizar diversas missões secundárias com os vingadores presentes no jogo.
Todavia, trata-se de um game dos Vingadores, um dos maiores grupos de super-heróis dos quadrinhos, que vem surfando numa onde de glórias há oito anos, desde o lançamento do primeiro filme da equipe nos cinemas. A Crystal Dynamics com o intuito de aproveitar o sucesso dos heróis nos longas cinematográficos, procurou se beneficiar com o lançamento de um jogo para todas as idades. Uma ótima ideia, mas que não foi totalmente alcançada, dada a escolha ruim de ter um curto conteúdo na narrativa principal.
O jogo é em terceira pessoa e apresenta características comuns de outros games de aventura e ação, como ataque forte e defesa. Porém, os aspectos dos personagens são únicos. A jogabilidade é baseada nos poderes de cada herói e isso é mais um atrativo. Jogar com o Thor é diferente do que jogar com a Viúva Negra, por exemplo. Enquanto o Deus do Trovão possui uma série de habilidades especiais como invocar a Bifrost, a ponte que estabelece ligação entre o Reino de Asgard e a Terra, a espiã tem atributos diferentes, como o uso de armas e os famosos bastões de eletrochoques dos filmes.
Particularmente, meu personagem favorito foi o Homem de Ferro, já que se trata de um personagem dinâmico, com atributos que vão desde o voo, ataques com raios repulsores, foguetes, até habilidades especiais com a Hulkbuster, famosa armadura que o homem de ferro usa para enfrentar o Golias Esmeralda. Além disso, existe uma árvore de habilidades para cada herói, em que é possível aumentar seus poderes para o momento do combate.

(Foto: Reprodução/Square Enix)
A parte gráfica, criticada bastante no primeiro trailer, apresenta um belo visual ao passar por diferentes áreas do jogo. Apesar de não possuir um aspecto tão bonito em comparação com Marvel’s Spider-Man, é possível ver boas imagens que vão desde as Badlands de Utah até o espaço sideral. Em relação à aparência dos heróis, o jogo desenvolve um bom gráfico, principalmente, com a armadura do homem de ferro. O interessante é que outras skins, visual alternativo que é capaz de ser adicionado nos personagens, podem ser adquiridas através de desafios, missões ou alcançando novos níveis.

O modo Multiplayer, chamado de “Iniciativa Avengers”, se resume a jogar diversas missões on-line com jogadores do mundo inteiro. Cada usuário seleciona o seu vingador e estará pronto para a ação. As missões se parecem com as do modo história e não há tanta diferença, já que é possível jogar com outros jogadores em ambos os modos, multiplayer e campanha.

(Foto: Reprodução/Square Enix)
O jogo apresenta alguns bugs e, no meu caso, o Hulk ficou invisível durante uma missão. Diante das falhas identificadas pelos usuários, a Crystal Dynamics está trabalhando e aplicando atualizações com o objetivo de converter esses erros. A empresa já anunciou que novos vingadores chegarão em breve ao jogo, incluindo o Gavião Arqueiro, Kate Bishop e o Homem-Aranha (exclusivo para PS4), e isso gera novas expectativas nos fãs.
Entre algumas falhas de jogabilidade e a falta de um desenvolvimento maior do enredo, Marvel’s Avengers apresenta uma história atraente com personagens cativantes. Além de deixar brechas para próximas narrativas, é de esperar que outros personagens e DLCs (arquivos extras) surjam, caso o jogo tenha um bom número de cópias vendidas. O futuro da franquia é promissor. Cabe agora a Crystal Dynamics e a Square Enix buscarem consertar seus erros para que os próximos conteúdos e jogos tenham um material totalmente no nível dos Vingadores.
João Henrique Reis – 4° período
Obrigada por sempre me atualizar dos acontecimentos da Marvel.
Que o jogo seja um sucesso e que sejam feitas as correções necessárias.