Historicamente, as pandemias são responsáveis por dizimar parte da população mais pobre de tempos em tempos, é um fator em comum entre todas elas. Embora o acesso à água e sabão, itens comuns em praticamente todos os lares, seja natural e a principal arma contra o vírus, a ausência de outros materiais essenciais pode ajudar na proliferação do vírus. Diante disso, a população cria suas próprias formas caseiras de se proteger.
Com o avanço das pandemias nas grandes cidades e o aumento no número de casos e de mortes, uma preocupação nasceu. Assim como a água se tornou um item raro em épocas da seca – os primeiros medicamentos criados pelo homem eram vendidos a preços mais caros que o ouro na época da peste -, o álcool em gel se tornou um artigo de luxo, junto com as máscaras N95. Dois itens produzidos para a higienização e a proteção contra infecções, ainda hoje em falta em alguns locais.
A própria população teve que aprender a fazer máscaras caseiras com retalhos e elásticos, e no meio da escassez, algumas famílias retiram a renda que foi perdida na pandemia na confecção desses novos itens. É o caso de Maria de Lourdes, de 59 anos, que, prejudicada pela crise provocada pela pandemia, descobriu um tino comercial e começou a confeccionar máscaras estilizadas e vender a preço popular.

máscaras caseiras para vendas e doações. (Foto: Arquivo Pessoal)
“Eu já havia pensado em fazer máscaras para doação. Vi em uma reportagem e decidi fazer também para uso próprio. Até que minha sobrinha resolveu fazer uma encomenda para o serviço onde ela trabalha”. A ideia nasceu junto da necessidade de não perder qualquer renda que poderia vir a ser atingida pelas medidas restritivas adotadas na cidade. “Eu comecei a fazer as máscaras no inicio de março e a vendê-las a três reais cada”, Embora tenha receio de como será uma possível volta ao trabalho no meio dessa pandemia, ela entende a necessidade de se isolar “Isso não é brincadeira, isso é muito sério. Quem puder ficar em casa, tem que ficar”.

*Matéria produzida pelo aluno Giu Furtado para a disciplina Teoria e Técnica da Notícia, ministrada pela professora Maristela Fittipaldi.
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