Dia Nacional do Livro é celebrado nesta terça-feira, 29 de outubro. A data, criada em 1810, está ligada a fundação da Biblioteca Nacional (BN) naquele mesmo ano, quando a família real trouxe milhares de títulos da Real Biblioteca Portuguesa para o Brasil. Tal iniciativa motivou os reis de Portugal a inaugurarem uma nova biblioteca no Rio de Janeiro na época. Hoje, a BN tem um acervo de cerca de 9 milhões de itens e é considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) uma das 10 maiores do mundo.
Desde os tempos do Antigo Egito, o livro foi a principal forma de transmissão do conhecimento, apesar de muito diferente do formato que o caracteriza atualmente. Isso porque na época eles eram rolos ou cilindros feitos de papiro, uma planta em que parte dela também tinha uma espécie de lâmina que possibilitava a escrita. Com o passar do tempo, o livro foi sendo substituído pelo pergaminho, material mais resistente que dava a opção de unir as páginas por meio de uma costura, já que era feito da pele de um animal, geralmente de carneiros.
Mas, somente na Idade Média (séculos V a XV), o papel e os livros, ainda escritos à mão, passaram a substituir efetivamente os pergaminhos. Destaca-se, no fim desse período, a ideia revolucionária do alemão Johannes Gutenberg, que criou uma técnica de prensa cuja função era reproduzir letras e símbolos com relevo esculpidos em metal, o que possibilitou a impressão em larga escala. A Bíblia foi o primeiro livro impresso utilizado na experiência. No Brasil, a primeira obra a ser reproduzida foi Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, em 1810.
Entretanto, observa-se no cenário atual que a ascensão da Internet e as inovações tecnológicas vêm invadindo o ambiente dos livros físicos. Um levantamento realizado na Feira de Frankfurt em 2018 aponta que em alguns anos os e-books (livros eletrônicos) já deverão ser mais vendidos do que os tradicionais. No entanto, a Doutora em Letras Diana Damasceno acredita que o problema para se avançar com uma educação de qualidade no Brasil não está no meio em que se realiza a leitura, isto é, no livro ou na plataforma, e sim, na formação de leitores. “Temos um percentual enorme de alfabetos funcionais por aqui, que leem mas não entendem”, analisa.
Para Diana, a leitura está diretamente relacionada à abertura do universo das pessoas. “Ela abre o mundo da fantasia, da criatividade e, quando técnica, traz o conhecimento formal, e, muitas vezes, um diferencial para o profissional. Acho que quanto mais cedo propagarmos a importância de se ler, melhor será o nosso desempenho”, afirma. Com apenas 7 anos, José Oliveira é um dos que não desperdiçam uma boa história para ler. “Toda semana eu pego um gibi na biblioteca da minha escola. Meu personagem favorito, nas histórias em quadrinhos, é o Franjinha, pelas invenções que ele sempre faz”, comenta o pequenino entusiasmado.

(Foto: Arquivo Pessoal)
Leandro Victor – 7º período
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