O ano de 2019 foi constituído o “Ano Internacional das Línguas Indígenas”. Em virtude disso, o Colégio Estadual Aydano de Almeida, em Nilópolis – RJ, realizou no dia 04 de junho, o projeto A Comunicação Sempre Acrescenta. Com objetivo de valorizar a cultura indígena, o evento apresentou inúmeras atrações realizadas pelos estudantes.

Os alunos estavam caracterizados de índios, com direito à pintura facial, cocar e penas. Houve danças e apresentações teatrais. Uma versão de Iracema, obra de José de Alencar, foi encenada, além de uma peça sobre a tragédia em Brumadinho, que afetou alguns aborígines que viviam próximos à região. Além disso, alguns estudantes apresentaram Freestysle e Beatbox sobre a cultura indígena.

Para muitos discentes, o evento foi muito gratificante, é o que comenta a aluna Mariana Goulart, de 17 anos. “Um professor meu de filosofia sempre dizia que quanto mais cultura você conhece, menos preconceituoso você se torna, então esse projeto foi de grande valia”.

A diretora geral Viviane Balducci elogiou o empenho dos alunos. “Todos se envolveram muito, fizeram trabalhos lindos, se caracterizaram. Foi muito gratificante viver um pouco da cultura indígena dentro da escola”.

Um dos momentos mais impactantes do evento foi a palestra da indígena Salma Pontes, integrante da tribo Fulni-ô. Conhecida pelo nome nativo de Nwda, ela compartilhou um pouco de sua cultura. “Quando participo de palestras, gosto muito de interagir com as pessoas. Notei que os alunos estavam bem interessados, fizeram boas perguntas”.

Salma expôs sua luta pelos direitos dos povos aborígines . “Os governantes querem acabar cada vez mais com os indígenas, mas a gente vem lutando para a nossa visibilidade, porque atualmente o povo indígena é invisível”.

Salma também declarou sua insatisfação com o trabalho da FUNAI (Fundação Nacional do Índio). “O objetivo da FUNAI é demarcar terras e impedir a invasão do homem branco, mas isso não acontece. Qual é o papel da FUNAI? Seu papel, ela não assume”.

O aluno Alexsandro Carneiro, de 17 anos, compartilha da luta de Salma. “Eu acho indignante ter de fazer um trabalho para lembrar que os fundadores do meu país estão sendo extintos por uma população branca”.
A estudante Bianca Moreira, de 16 anos, também se sente indignada com a condição dos índios no Brasil. “É triste ver mais uma vez a falta de postura, piadinhas e preconceito com a nação indígena. O mais triste é isso”.

Com o projeto A Comunicação Sempre Acrescenta, os alunos do Colégio Estadual Aydano de Almeida comprovaram que os indígenas não são invisíveis. É possível enxergar sua luta e ouvir suas vozes.

“Viva aceso, olhando e conhecendo o mundo que o rodeia, aprendendo como um índio(…) seja uma índio na sabedoria” (Darcy Ribeiro).
Gabriel Murillo Monteiro – 6º Período
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