“Será que existe vida fora da Terra? ” “E se existir, estamos preparados para lidar com os extraterrestres? ”. Essas duas perguntas são exemplos levantados quando o assunto é vida alienígena. E é justamente a dúvida central que paira pela trama do filme “Vida”. No mais novo longa hollywoodiano, seis astronautas descobrem a verdade sobre essa questão.
Contextualizando, em uma estação espacial internacional, seis astronautas tem a missão de pegar uma célula coletada em Marte e analisa-la. Sho Murakami (Hiroyuki Sanada), Rory Adams (Ryan Reynolds), Miranda North (Rebecca Ferguson), David Jordan (Jake Gyllenhaal), Ekaterina Golovkina (Olga Dihovichnaya) e Hugh Derry (Ariyon Bakare) compões o time de desbravadores do espaço.
Ao coletar a célula, a equipe descobre que ela tem vida – um marco para a história – e, melhor – ou não –, ela também tem a capacidade de pensar e reagir a estímulos, ou seja, é vida inteligente. O problema começa quando Calvin – nome dado ao pequeno alienígena – fica maior e decide se rebelar. A partir daí a trama vira uma perseguição, um suspense muito parecido com “Alien- o Oitavo Passageiro”.
Até aí a trama vai bem, o tom obscuro e de total tensão consegue construir uma ótima aura para a obra, o problema é que na metade do filme, o longa deixa de ser um produto de suspense e passa a ser ação, uma verdadeira caça de cão e rato. O ritmo acelerado foi um recurso de roteiro para segurar os espectadores que gostam de cenas frenéticas, o problema é que isso acaba traindo o timing imposto no início.
Essa virada de gênero não foi o único erro do roteiro. A trama super clichê de filmes espaciais e as histórias pessoais, completamente desnecessárias, dos personagens ali envolvidos, cansam o espectador e tiram o brilho da obra. Os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick, que já trabalharam com Ryan Reynolds em “Deadpool” não foram tão bem dessa vez. Contudo o diretor Daniel Espinosa não decepciona e consegue passar tensão nos momentos certos e velocidade nas cenas de ação, mesmo apresentando uma fotografia quase copiada de “Gravidade”.

Outro ponto baixo do filme são as atuações. Como já dito, o roteiro não ajuda, mas mesmo assim, a falta de carisma dos astronautas é nítida, nem mesmo o super extrovertido Ryan Reynolds consegue convencer. Só Jake Gyllenhaal, talvez, agrade, uma vez que seu papel era a de um médico solitário, quase depressivo, e isso o ator sabe fazer muito bem, vide “Donnie Darko”, “O Abutre”, “Prisioneiros”, “Nocaute” etc.
Mesmo com tantos pontos baixos, “Vida” não é um filme ruim. A história é sim medíocre e não apresenta nada de novo, mas entretêm e faz bem o papel de responder as perguntas iniciais que abriram o texto.
Iago Moreira- 7º Período

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