Geral

Alerta para a saúde

Na década 30, Oswaldo Cruz iniciou as ações de combate à febre amarela, ao descobrir que a doença não era transmissível pelo contato com a roupa, suor, sangue, e sim, pelo mosquito, dando um sinal de alívio para as pessoas que ainda não tinha sido infectado.  A fim de oferecer maiores esclarecimentos, o Museu do Amanhã reservou um dia para o público e imprensa debaterem sobre o assunto com dois pesquisadores da Fiocruz, e especialistas em saúde: a bióloga Márcia Chame e o historiador Jaime Benchimol.

Ainda falando sobre o contexto histórico, nada indicava que esse mal retornaria a assombrar o dia-a-dia dos cariocas e fluminenses. Entretanto, o surto da febre voltou quando a população menos esperava, através de macacos. São animais suscetíveis a doença – exceto o macaco-prego, que dificilmente adoece. Os símios que residem em matas – lugares propícios para o mosquito reproduzir e transmitir a doença –  foram os primeiros atingidos. A nova onda de uma doença (que, há tanto tempo, não era motivo de preocupação nos grandes centros) provocou rumores de que a transmissão é feita por meio do contato com os infectados.

No entanto, a febre amarela não é contagiosa. A transmissão propaga-se diretamente do mosquito em áreas rurais. Os novos casos viraram tópico de discussão há poucos dias, logo após Watila Santos, morador de Casimiro de Abreu, interior do Rio de Janeiro, ser infectado e após alguns dias no hospital, falecer devido ao agravamento de seu estado.

Por todo território nacional, muitos estados e municípios declararam estado de atenção. Como medida de prevenção, os postos de saúde estão recebendo carregamentos de vacina. No entanto, em meio a esses estados, o Rio de Janeiro, apesar de ter um caso de morte confirmado no interior, é um dos poucos lugares que não declarou estado de calamidade. Entretanto, na próxima semana, os postos serão abastecidos com mais doses da vacina.

IMG_4648
Márcia Chame e Jaime Benchimol durante apresentação. [foto: Lucas Monteiro/ Agência UVA].

O debate no museu falou justamente sobre esses temas. Uma das primeiras informações dadas foi a necessidade de pessoas que pretendem viajar (tanto em território brasileiro quanto para o exterior) se dirigirem aos postos de saúde para serem vacinadas. Segundo Márcia, a prevenção é necessária devido ao grande fluxo de aviões no mundo em 24h. “Imaginem uma pessoa saindo da China, parando em Paris, em seguida Nova York, e por fim, o Rio de Janeiro, podendo distribuir pelo mundo um novo tipo de gripe”, ela propôs. “Isso é complicado de se controlar, como que monitora essas coisas, mesmo a pessoa não tendo nenhum sintoma? Esse é o preço da globalização”.

Já Benchimol, apresentou uma breve história em torno de tudo o que aconteceu desde o início da febre amarela. “Na primeira epidemia, em 1849, curiosamente a população negra era a menos atacada. E muita gente acreditava na época que os negros tinha uma imunidade, fazendo com que pensassem que a doença fora criada para envenenar os senhores dos escravos. No entanto, os que mais sofriam com a febre amarela, eram os europeus quando chegavam no Brasil”, ele informou.

Ainda segundo os especialistas, Nçnão é hora para a população se assustar com a volta da doença, e sim, tomar consciência de que há vacina para evitar o contágio, e respeitar os que residem próximo a áreas rurais. Apesar de o Rio de Janeiro ser um dos poucos estados em situação não alarmante, haverá um grande contingente  de postos de saúde preparados para atender os cidadãos.


Lucas Monteiro- 3º Período

Avatar de Desconhecido

Agência UVA é a agência experimental integrada de notícias do Curso de Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida. Sua redação funciona na Rua Ibituruna 108, bloco B, sala 401, no campus Tijuca da UVA. Sua missão é contribuir para a formação de jornalistas com postura crítica, senso ético e consciente de sua responsabilidade social na defesa da liberdade de expressão.

0 comentário em “Alerta para a saúde

Deixe um comentário