Cinema

“Scratástrofe” espacial

052277.jpg-r_1920_1080-f_jpg-q_x-xxyxxQuase 15 anos depois do lançamento do primeiro longa, a animação ‘mais gelada’ do cinema está de volta às telonas. Em “A Era do Gelo: O Big Bang”, Manny, Cid e Diego se juntam a outros personagens cativantes para tentar salvar o mundo. Com uma premissa dessas tudo indica que a história se desenrolará bem, mas a – irritante – insistência em cenas de piadas forçadas acabam afetando a experiência daqueles que assistem.

Por se tratar de uma série de filmes que está na ativa há muitos anos, “A Era do Gelo” atrai todo tipo de público. Desde as crianças mais novas, passando pelas pessoas que simplesmente gostam de assistir uma boa animação, até adultos mais velhos que levaram os filhos e netos no cinema quando o primeiro longa foi lançado. Vale ressaltar que a experiência para cada um deles será diferente.

Recheado de cores, personagens engraçados e cenas de ação, o filme tem tudo para agradar o público mais novo, que muito provavelmente terá uma das melhores – e mais divertidas – experiências já vividas. Todavia, como já dito, os roteiristas pecam pelo excesso de cenas de Scrat, que de fato tem um papel importante na trama, poderia ter seu tempo de tela reduzido em 50%. Essa ação acaba por incomodar – um pouco – o espectador mais vivido.

Contextualizando, Scrat (o esquilo engraçadinho) continua na busca pela sua tão sonhada noz. No meio do caminho ele acaba indo para o espaço sideral e, lá, faz uma série de Scratástrofes que acabam desencadeando alterações no universo. Acidentalmente ele coloca um meteoro de 500 km de diâmetro em rota de colisão com a terra. A fim de salvar a vida dos mamíferos que nela habitam, Buck (a doninha caolha) volta à superfície para reunir o grupo novamente e lutar contra a ameaça cósmica.

No meio do caminho, diversas sub-tramas são criadas, algumas até exageradas. Fica a dúvida se foi por opção dos roteiristas, ou pressão dos produtores, a escolha de fazer com que cada um dos personagens – principais e secundários – tivessem um drama pessoal, que é construído paralelamente ao enredo central. A única certeza que fica é a de que não foi nada fácil criar tantas histórias assim, uma vez que o trio principal (Manny, Cid e Diego) estão acompanhados de quase 10 outros grandes personagens no novo filme.

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Depois de falar dos pontos negativos, chega a hora de exaltar a beleza do longa. A primeira evolução, notável até no próprio trailer, é a dos efeitos visuais. Muito bem trabalhado, a computação gráfica faz jus ao alto investimento nela aplicado. Outro ponto a se destacar é a dublagem brasileira. Totalmente localizada, as falas são cheias de referências da cultura pop do país, atenção especial cedida a pouquíssimos países.

Ainda sobre a dublagem, os responsáveis por escolher os atores que participariam dessa etapa optaram por seguir uma nova tendência do mercado cinematográfico, integrar youtubers no mundo da sétima arte. Seguindo os passos de Kéfera, em “Operação Big Hero”, e dos Irmãos Piologo, em “Angry Birds”, Whindersson Nunes foi o escolhido para dar voz ao ‘passarossauro’ Roger (uma espécie de pássaro pré-histórico, que não chega a ser um pterodátilo, que enfrenta problemas existências com a família).

No fim das contas, “A Era do Gelo: O Big Bang” é uma ‘ficção científica aventuresca’, se é que esse gênero existe, que – por se tratar de um filme mais infantil – não apresenta um roteiro fundo e complexo, ato justo – uma vez que essa nunca foi a premissa da série. Mesmo assim, a franquia diverte e entretêm a todos, deixando um desejo de ‘quero mais’ na cabeça dos mais novos.


Iago Moreira- 5º Período

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