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Colocando em Prática

Na última terça-feira (10), o auditório do campus Tijuca da Universidade Veiga de Almeida recebeu as atividades do I Simpósio de Ecologia, que reuniu alunos de graduação de diversos cursos da área de ciências biológicas para discutir tópicos de interesse aos profissionais e futuros profissionais do campo.

O dia começou com a palestra de abertura feita pela doutora Magda Tubino, coordenadora do Curso de Ciências Biológicas da UVA. Logo em seguida, a convidada Gisela Sobral (Museu Nacional/UFRJ) subiu ao palco para tratar sobre a História de vida dos mamíferos, falando sobre o tempo de gestação, lactação e desmame de algumas espécies, como marsupiais e ornitorrincos.

Gisela também apresentou um vídeo o qual mostrava o nascimento e desenvolvimento de um canguru, cujo filhote nasce em estado quase larval. “Por não terem uma placenta desenvolvida, o feto não tem tempo de se formar completamente”, Sobral explicou.

_MG_5584Logo depois, teve início a palestra do Dr. Breno Hamdan, do Departamento de Genética da UFRJ, o qual discorreu acerca da diversidade e conservação da herpetofauna em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, além de apresentar o Projeto Biota Rio. Durante sua fala, Breno destacou que, segundo pesquisas recentes, se a degradação ambiental prosseguir, em cinquenta anos as Unidades de Conservação (UC’s) serão o último resquício do que se tem hoje.

Hamdan também salientou que em São Lourenço, onde ele é sua equipe desenvolveram o projeto, a taxa de suicídios é muito alta devido ao uso de agrotóxicos, que, a longo prazo, podem levar uma pessoa à depressão e outros distúrbios neurológicos.

Mais tarde, após uma troca de horários, o doutor Felipe Vivallo foi convidado a apresentar a sua palestra a respeito da diversidade do comportamento das abelhas brasileiras. O palestrante explicou o comportamento primitivamente social, o qual inclui atos como usurpação de ninhos e roubo de comida por espécies solitárias, além da expulsão da abelha-rainha.

_MG_5588Vivallo também falou sobre o cleptoparasitismo – que consiste no depósito de ovos em ninhos de outras espécies. E, por fim, durante a sessão de perguntas dos alunos,  Felipe explicou como surge a Rainha da colméia. “Todas as abelhas nascem do mesmo tipo de ovo, a diferença está no tipo de alimentação que a futura rainha recebe, fazendo com que ela desenvolva um sistema reprodutor, já que as operárias não são capazes de reproduzir.

A última palestra do turno na manhã foi feita pelo convidado Rafael Gomes de Sousa (Museu Nacional/UFRJ) que tratou sobre a Paleoecologia com inferência à Biogeografia, que, segundo ele informou, pode ser dividida em dois tipos: Histórica, cujo objetivo é reconstituir a origem, e a Ecológica, que busca explicar a atual distribuição dos seres vivos considerando suas interações com outros organismos e ambiente. E durante toda a sua fala destacou a importância da pesquisa histórica para a ciência. “Todo conhecimento se deve a um conhecimento prévio que se tinha”, ele afirmou.

No período da noite, aconteceram duas outras palestras. A primeira foi ministrada pela doutora Flávia Guimarães Chaves, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), é o tema de sua fala foi o comportamento sexual das aves e suas implicâncias no sistema de acasalamento; a principal pergunta da palestrante era “A monogamia saiu de moda?”. Para chegar à resposta, Flávia apresentou dados e vídeos aos presentes.

O primeiro registro da série foi filmado pela própria doutora e mostra um grupo de pássaros fazendo a dança do acasalamento para um fêmea escolher com qual ela quer reproduzir. Guimarães também apresentou o mesmo ritual em outras espécies, inclusive de aves não existentes no Brasil. Em seguida, a convidada apresentou os tipos de interações sexuais deste meio, como a poliginia, caracterizada pela presença de um macho e várias fêmeas; a poliandria, que é o oposto da anterior; a poligamia e a monogamia.

E, após apresentar um estudo de caso sobre a ave Com-com – que, em todo o mundo, existe apenas na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, Flávia mostrou dados que comprovam que apenas 14% das aves apresentam comportamento monogâmico, mostrando que, na verdade o que acontece é uma monogamia social, porém no período de acasalamento, este estado de relação é quebrado. Portanto, respondendo à indagação feita, o sistema de acasalamento predominante nas aves é a monogamia social tendendo à promiscuidade ou poligamia.

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A última palestra da noite foi comandada pelo doutor Arlindo Serpa Filho, do Museu de Biologia Mello Leitão, e tratou da Entomologia, ou seja, o estudo dos insetos, dando foco às suas habilidades e adaptações. O palestrante iniciou sua fala contando que, no Brasil, existem cerca de 110.000 espécies de insetos, representando 12% da fauna local. Porém, Serpa afirmou que, no Brasil, nem todas as espécies são pesquisadas como deveriam, o que é um erro, afinal, os insetos são importantes para biomonitoramento, determinar a significância médica de animais vetores e controle biológico.

A vez dos alunos

No período da tarde, entre as sessões de palestras, os estudantes foram convidados para participar de quatro minicursos. O palestrante Rafael Gomes ministrou “Base Filosófica para as Metodologias Paleoecológicas. Kamilla Luisa Nogueira Bandeira, da UFRJ, tratou de Tafonomia e Paleoecologia, enquanto, no laboratório, Arlindo Serpa aplicava Iniciação em Entomologia: Princípios Básicos para Organização de uma Coleção Entomológica.

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No entanto, o tema que mais chamou atenção dos alunos foi Serpentes e Ofidismo, desenvolvido pelo Dr. Breno Hamdan, que explicou sobre cobrar venenosas e não-venenosas, casos como o das Corais Verdadeira e Falsa, além de meios de identificação de serpentes peçonhentas. E, ao final da aula, os estudantes tiveram a chance de entrar em contato com o objeto da aula recém-terminada; eles foram divididos em cinco grupos para realizar uma análise de espécimes para identificar determinadas características. Está foi, sem dúvida, o ápice do dia.


Daniel Deroza – 3º período

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