Instalação de quiosques de flores afasta assaltantes e mendigos do local
Veículos por todas as partes, sinais de trânsito, vendedores ambulantes, lojas, shoppings e pessoas apressadas, correndo contra o tempo. O cinza predomina. Em meio ao clássico ambiente urbano, uma entre tantas ruas chama atenção. As cores dão outro aspecto ao local. É a Rua das Flores, tradicional ponto de venda de plantas localizado no coração da Tijuca, em frente a praça Saens Peña.
Antigamente, a área era bem diferente. No lugar das flores, circulavam carros. Em vez de quiosques e vendedores, moradores de rua e assaltantes. O local era escuro e perigoso. Essa realidade foi transformada por Cineyda e Humberto Lopes, um casal de vendedores de flores, que já trabalhou em Madureira e no Largo da Carioca.
“Ninguém passava por essa rua, as pessoas davam a volta pela galeria. Quando fomos convidados pelo ex-prefeito Cesar Maia para construir a Rua das Flores, ficamos com medo de enfrentar o pessoal que ficava por aqui”, explica Cineyda, que trabalha no local há 20 anos.

Há 35 exercendo essa atividade, eles foram os primeiros a receber uma licença da Prefeitura para instalar bancas de plantas no Rio de Janeiro. Antes, eles vendiam suas flores em uma feira de artesanato no Centro. Juntos, lutaram até a sanção da lei nº 772, de 1985. Ajudaram a redigi-la e, agora, ela emprega muita gente.
O casal convidou alguns colegas para dar início à modificação. No início, foi uma tarefa difícil, já que as pessoas que ali estavam queriam incendiar os futuros pontos de vendas e impedir a revitalização. A comerciante ainda afirma que contou com o apoio da Prefeitura, que ofereceu segurança e limpeza. Era semana de Dia das Mães, mas foi no feriado, dia 19 de maio de 1998, que a Rua das Flores foi oficialmente inaugurada.
“Colocaram muitos guardas na rua, ela foi limpa e logo começaram as montagens dos quiosques, foi tudo bem rápido. Os moradores traziam café pra gente, participaram de tudo. O resultado gerou um impacto, muita gente ficou de boca aberta. No Dia das Mães, não estávamos preparados, o movimento foi muito grande, as pessoas faziam fila pra comprar, nós tivemos muito apoio da vizinhança”, conta a vendedora.
A boa relação entre moradores e comerciantes se manteve com o passar do tempo. Além de plantas, mudas de frutas como manga, laranja, jabuticaba e figo também são encontradas na rua. Elas são colhidas pelos próprios vizinhos. A variedade é um grande diferencial, o cliente encontra de rosas a plantas carnívoras, passando por medicinais, o que atrai muitos turistas ao local.
Os tijucanos têm essa diversidade à sua disposição 24 horas por dia. Os quiosques da Rua das Flores também fazem entregas em domicílio. Assim, além de trazer um pouco mais de cores à Tijuca, a área afastou de vez mendigos e assaltantes, permitindo a transição de pedestres e gerando empregos.
Thaís Monteiro – Jornalismo Digital – 6º período


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